Detentos do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital, fizeram uma rebelião na tarde de 1º de janeiro. Nove presos morreram, 14 ficaram feridos e mais de 200 fugiram no momento da confusão.
TJGO
Inspeção aponta mazelas em presídio de Aparecida de Goiânia
Em entrevista concedida ao monopólio da imprensa, parentes dos presidiários denunciaram as precárias condições de alimentação e higiene na penitenciária. De acordo com um dos familiares, havia quatro dias que estavam sem comida e bebida. Além disso, o complexo abrigava quase três vezes mais presos do que a capacidade para a qual foi projetado.
O episódio é um reflexo do abandono do velho Estado, responsável por manter as condições desumanas das cadeias brasileiras e por armar e atiçar grupos armados uns contra os outros. De acordo com Vera Malaguti, em entrevista concedida ao AND 184, as chamadas “facções” são produto das próprias prisões. Para a socióloga, entre todas as lideranças consideradas hoje as mais perigosas entraram na prisão por pequenos delitos e foram transformados em “grandes e terríveis”, como a imprensa os trata, pelo sistema prisional.
Longe de serem “ressocializados”, os presos são humilhados e agredidos, quando não assassinados nas masmorras do velho Estado. Este é o ponto central das rebeliões que ocorrem nos presídios brasileiros, que trancafiam quase 700 mil pessoas.