Uma onda de protestos violentos está sacudindo a Tunísia, na África, contra a pobreza e exploração assegurada pelo velho Estado. Disparada contra a crise e os ataques às condições de vida das massas, como inflação, alta no custo de vida e desemprego galopante, a revolta popular – iniciada no final do ano passado – é a maior desde a chamada “primavera árabe” ocorrida há sete anos.
Os protestos inicialmente pacíficos explodiram em mais de 20 cidades e, ficando sem paciência com a repressão, as massas aplicaram saques e atos de sabotagem. Nos protestos, os manifestantes utilizaram-se da autodefesa com pedras, paus e bombas incendiárias, como coquetel molotov. A resistência das manifestações deixou mais de 58 policiais feridos e destruiu mais de 57 veículos da polícia.
Em Thala, perto da fronteira com a Argélia, manifestantes fizeram um vigoroso protesto no início da jornada, na primeira quinzena de janeiro. Utilizando-se da justa revolta, chegaram a incendiar um prédio da agência de segurança nacional e a polícia teve que abandonar a cidade, segundo testemunhas ouvidas pelo monopólio da imprensa.
O governo enviou o Exército para várias cidades, como Kebeli, Thala e Bizert no intuito de reprimir as manifestações. Mais de 500 pessoas já foram presas em menos de três semanas de protestos.
Os manifestantes, em sua grande maioria adultos e jovens proletários, semiproletários e dos estratos mais baixos da pequena burguesia, exigem a imediata baixa no custo de vida e a revogação da alta em alguns serviços. No início do ano, o governo semicolonial aumentou a taxa sobre ligações telefônicas, internet, gasolina, carros e outros.