O cacique João Grossar Krikati foi atacado no dia 6 de janeiro em trecho da MA-280, entre os municípios de Sítio Novo e Montes Altos, próximo a Terra Indígena (TI) Krikati, sudoeste do Maranhão.
A liderança krikati percorria a rodovia estadual em sua moto quando um carro se aproximou e o derrubou. Com ferimentos leves e temendo por sua vida, João Krikati se escondeu na mata que circunda a rodovia. Horas depois, os Guardiões da Floresta – grupos de krikati que realizam a autodefesa de seu território para coibir invasões – estranhando a demora do cacique, partiram em buscas até localizar a moto. Daí seguiram os seus rastros na mata até encontra-lo e levá-lo para São José, uma das seis aldeias que constituem a TI Krikati.
“O cacique é um dos mais corajosos na defesa do território. Costuma combater os invasores, não deixa tirar madeira. Tem sido assim no Maranhão com quem defende a terra”, denunciou o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), Cry’cry Krikati. E complementa: “Como sabiam a hora que o cacique passaria? Como sabiam quem era, já que estava de capacete? Estamos sem nenhuma segurança. Estamos nos tornando alvos constantes, criminalizados, perseguidos”.
Os krikati em conjunto com os tenetehar (também conhecidos como guajajara) lutam contra as constantes tentativas de invasões de latifundiários, madeireiras e garimpeiros. Os dois povos vivem e resistem dentro da TI Krikati.