A mineradora monopolista norueguesa Hydro Alunorte contaminou com resíduos tóxicos os igarapés e rios próximos, em Barcarena (região metropolitana de Belém), segundo laudo do Instituto Evandro Chagas (IEC) publicado no dia 22/02. Os rios e iguarapés contaminados abasteciam poços artesianos de ao menos três comunidades locais, como Bom Futuro, Vila Nova e Burajuba, agora impossibilitadas de utilizá-los.
O fato foi provocado pelo vazamento das barragens de rejeito de bauxita, matéria-prima destinada à produção de alumínio, em escala comercial. Além disso, foi encontrado um alto nível de nitrato. Segundo o laudo, a empresa fez uma ligação clandestina para despejar no meio ambiente os resíduos tóxicos acumulados dentro da fábrica, contaminando assim a água que as comunidades têm acesso. Moradores das regiões afetadas já haviam notado alteração na sua cor em igarapés e num rio, após forte chuva no dia 17.
A ligação clandestina evidencia que o vazamento não ocorreu fundamentalmente por conta do volume de chuvas, mas porque a empresa não se prestou a tratar todos os seus efluentes. Isso caracteriza crime deliberado.
Como a previsão é que continue a chover forte na região, o estado segue sendo de alerta.
O caso se assemelha, nas devidas proporções, ao crime lesa-pátria da Samarco/Vale/BHP Billiton, ocorrido em Mariana (MG), em novembro de 2015. Nesse caso, as companhias criminosas não foram punidas e seguem livres para acumular riqueza em território nacional.