Os munduruku queimaram quatro veículos e ocuparam a entrada da Unidade Integrada de Polícia de Jacareacanga, município situado no sudoeste do Pará, no dia 13 de fevereiro. A ação foi um protesto contra o assassinato de Elinaldo Tome Akay, encontrado morto no dia 6 de fevereiro com marcas de golpes de facão no corpo.
Cerca de 50 munduruku participaram do protesto que cobrou a investigação desse crime e maior segurança para a população de Jacareacanga.
Elinaldo Akay foi assassinado próximo à uma unidade da concessionária de energia Centrais Elétricas do Pará (Celpa) quando retornava para sua casa na aldeia Katõ, situada na Terra Indígena Munduruku. No dia 12 de fevereiro, dois jovens foram presos suspeitos de terem cometido este crime. Os motivos do assassinato são desconhecidos.
Em nota divulgada no dia 14 de fevereiro, o Movimento Ipereg Ayu, uma associação composta por munduruku, afirmou que o protesto foi uma resposta a inoperância da Polícia Militar e do Judiciário em combater os crimes cometidos contra os indígenas e demais moradores de Jacareacanga.
“Nós estamos aqui denunciando juntamente com as familiares dos assassinados e agora estamos na cidade de Jacareacanga manifestando contra toda essa violência contra o povo Munduruku e a população de Jacareacanga”, frisou o Movimento Ipereg Ayu em outra nota, divulgada no dia do protesto.
O Movimento Ipereg Ayu, na nota de 14 de fevereiro, relata uma série de assassinatos e ataques cometidos contra os munduruku nos últimos anos. Entre este casos recentes de violência está o de Renato Poxo, que morreu queimado em um incêndio criminoso em 4 de agosto do ano passado.
Os indígenas responsabilizam as grandes obras como hidrelétricas e portos, além dos garimpos, como os principais responsáveis pelo aumento da criminalidade no município.