Generais ameaçam o STF
Generais, dentre eles o comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, enquadraram e ameaçaram o Supremo Tribunal Federal (STF) caso fosse concedido habeas corpus a Luiz Inácio (PT), no dia 03/04, às vésperas do julgamento na Corte.
Um dia antes do julgamento, o general comandante do Exército, Villas Bôas, afirmou, por uma rede social que “o Exército está atento às suas atribuições institucionais” e que “repudia a impunidade”, num claro recado ao STF que julgaria no dia seguinte o pedido de habeas corpus de Luiz Inácio e marcaria uma tendência à revisar a constitucionalidade da prisão após condenação em segunda instância.
Após a declaração de Villas Bôas, comandantes militares do Oeste e do Sul também se pronunciaram, corroborando a declaração, dizendo-se prontos e esperando as ordens. Ante a repercussão da declaração, o próprio Villas Bôas manifestou que essa era opinião do Alto Comando do Exército e não apenas uma opinião pessoal.
Horas antes, o primeiro a ameaçar a Suprema Corte de forma explícita foi o general da reserva Luiz Gonzaga Schroeder Lessa. Ele afirmou que, no caso de Luiz Inácio concorrer às eleições, não tem dúvida “de que só resta o recurso à reação armada”. Depois especificou: “Aí é dever da Força Armada restaurar a ordem”.
A ameaça não é de hoje. Uma semana antes, ele já havia dito que “vai ter derramamento de sangue” e que a crise “vai ser resolvida na bala”. “A interferência das Forças Armadas, sem dúvida, vai causar derramamento de sangue”, ameaçou.