Estudantes chilenos tomaram as ruas em massivo protesto contra a derrubada de uma lei judicial que proibia a atuação de empresas com fins lucrativos no ensino superior. Os protestos ocorreram nas principais vias de Santiago, Valparaíso e Concepción, no dia 19 de abril, integrando a Marcha Nacional pela Educação.
Rodrigo Garrido
Apoio ao líder mapuche conta com atuação de estudantes e ativistas
Na capital do país, Santiago, os manifestantes fecharam as vias com barricadas em chamas e, em resposta aos jatos d’água e gás lacrimogêneo lançados pelas forças da repressão, a juventude combatente respondeu arremessando pedras, lançando fogos de artifício e garrafas com tinta contra as tropas policiais.
O dia 19 de abril foi convocado pelos estudantes das mais diversas universidades do país como dia nacional para realizar a Marcha pela Educação, que agitou e mobilizou as massas estudantis para resistir frente aos ataques do governo semicolonial de Sebastian Piñera.
A lei que foi derrubada – motivo pelo qual os estudantes se rebelaram – estabelecia o alcance gradual da gratuidade no ensino superior público e proibia que as instituições privadas com fins lucrativos – verdadeiros monopólios que controlam a educação de qualidade – tivessem controle sobre os centros de formação técnica, universidades ou institutos profissionais. Esta medida promulgada pela oportunista Michelle Bachelet – que gerenciou o velho Estado chileno entre 2006 e 2010 e depois entre 2014 até 11 de março deste ano – foi conquistada após imensa rebelião estudantil ocorrida no ano de 2015.
Mapuche suspende greve de fome
O mapuche Celestino Córdova, preso desde o dia 13 de janeiro deste ano, suspendeu a greve de fome que mantinha há 102 dias no Chile. O objetivo da greve era que pudesse regressar a sua comunidade para participar de um ritual espiritual com duração de 48 horas. A exigência foi negada pelo governo de Sebastian Piñera. A greve foi suspensa após Celestino sofrer um duro golpe na cabeça ao ir no banheiro.