Assembleia Unificada dos Servidores Públicos define greve
Greve geral, prefeituras ocupadas, corte de rodovias com barricadas, mobilização e combatividade. É dessa forma justa que os servidores públicos em todo o estado do Pará estão lutando contra o sucateamento dos serviços públicos e o arrocho. Entre as prefeituras ocupadas estão as das cidades de Tailândia, Ananindeua (ambas na região metropolitana de Belém) e Alenquer (693 quilômetros da capital). Uma greve unificada convocada em assembleia geral dos servidores do estado teve início no dia 2 de maio.
As ocupações estão sendo levadas a cabo por professores e profissionais da educação. A prefeitura de Ananindeua foi ocupada no dia 25 de abril pelos professores da rede municipal. Os trabalhadores em educação repudiam a absurda proposta do prefeito Manoel Pioneiro/PSDB, de reajustar apenas 3% no salário e não reajustar o vale alimentação.
Já a prefeitura de Tailândia foi ocupada no dia 27 de março. Os trabalhadores ergueram ainda uma barricada com pneus em chamas na rodovia PA-150, próximo a ponte sobre o rio Tailândia, três dias antes da ocupação. A prefeitura seguia ocupada até o fechamento desta edição de AND.
Os trabalhadores em educação municipal exigem a garantia de 200 horas para todos os profissionais da categoria, melhorias na merenda e no transporte escolar, redução da quantidade de alunos por turma e a reposição das perdas salariais remanescentes ao mês de agosto do ano passado.
Combatividade
Seguindo o exemplo dos professores e trabalhadores em educação, os servidores do Departamento de Trânsito do Pará (Detran) se mobilizam por seus direitos. Ao menos 90% da categoria está paralisada desde a segunda quinzena de abril. Eles exigem melhores condições de trabalho, a realização de concurso público para o preenchimento de 800 vagas no órgão e rechaçam a terceirização, em marcha pelo governador Simão Jatene/PSDB.
Uma assembleia realizada no auditório da Escola Superior de Educação Física da Universidade do Estado do Pará (Uepa), no dia 26 de abril, aprovou o início de uma greve geral unificada, que se iniciou no dia 2 de maio. Foi definida uma pauta comum de reivindicações, dentre as quais estão o aumento de 30% do salário, equiparação do vale alimentação entre todos os servidores no valor de 1,1 mil reais e a implementação do Plano de Cargos, Carreira e Remunerações (PCCR’s).
Rodoviários param por cinco dias
Trabalhadores do transporte rodoviário de Belém e dos municípios de Ananindeua e Marituba, na região metropolitana da capital, paralisaram as atividades por cinco dias. A greve iniciou-se no dia 19 de abril e exigiu melhorias salariais e laborais, somando-se às lutas dos servidores públicos do estado do Pará.
A mobilização da categoria foi grande e os poucos ônibus que circularam na capital paraense foram alvos de protestos, chegando a ter os pneus furados na justa revolta dos trabalhadores. Os rodoviários exigiam uma reposição salarial de 10%, reajuste do ticket alimentação, a redução da carga horária de trabalho para seis horas diárias e a implementação de pontos biométricos.
Legislando em causa da patronal, o judiciário do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) atacou a categoria com a expedição, no dia 17/04, de que 80% da frota deveria continuar circulando com o início da greve – determinação com o claro fim de pressionar a categoria. Os trabalhadores, porém, não se intimidaram e prosseguiram a greve.
Além das pressões do judiciário, também o aparato repressivo da Polícia Militar de Simão Jatene/PSDB tentou intimidar os grevistas nas garagens de ônibus para que estes retomem o trabalho, em flagrante atitude ilegal da violação do direito de greve.
Ao fim, a única reivindicação da categoria acatada pelos monopólios do transporte local foi a implementação do ponto biométrico. A direção sindical acatou a proposta patronal que manteve a carga horária de oito horas diárias. O ticket alimentação e outros benefícios foram incrementados em 1% acima da inflação, e o salário, segundo a empresa, foi reajustado “de acordo com o INPC”.