No dia 1º de maio, quem deu as caras foi o desemprego. Mais de 30 mil pessoas compareceram ao estádio Nilton Santos (Engenhão), no bairro Engenho Novo, zona norte do Rio de Janeiro, em busca de emprego. Apenas cinco mil vagas foram anunciadas.
Marcia Foletto - Agência O Globo
Milhares de trabalhadores madrugaram para tentar conseguir uma vaga de emprego
Os trabalhadores e trabalhadoras deram voltas no quarteirão em filas intermináveis. Dois dias antes do evento já havia gente acampando no local na busca por emprego.
— Isso aqui para mim é uma humilhação — resumiu o operário e bombeiro civil, Jorge Lima da Silva, 50 anos, desempregado há 3 anos. Jorge, assim como milhares de pessoas, passou a noite na fila para conseguir um emprego.
Um outro operário desempregado, Ibraim de Oliveira, de 55 anos, desabafou para nossa equipe:
— A situação começou a apertar. Estou aqui com minha esposa, minha filha, todo mundo precisando trabalhar, a situação está precária. Enquanto isso esses manés estão aí, querendo o voto da gente. De mim, não vai ter voto nenhum!
O estado do Rio de Janeiro tem uma taxa de 15% de trabalhadores desempregados e uma vasta população subempregada ou no chamado “comércio informal” (camelô). Em três anos apenas, o número de trabalhadores sem emprego cresceu mais de 157%.
Desemprego cresce, direitos caem
Essa situação não é apenas grave no Rio de Janeiro. Os primeiros três meses de 2018 se encerraram com um aumento de 1,4 milhão de pessoas na fila do desemprego. É o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a pesquisa, a taxa de desocupação no país aumentou de 11,8%, em relação ao último trimestre do ano passado, para 13,1%, totalizando 13,7 milhões de brasileiros desempregados.