Foto: Comitê de Apoio ao AND de São Paulo
São Paulo virou a madrugada do dia 30 para 1º de maio sob a tragédia do incêndio de grandes proporções – premeditada pelo governo do estado de Alckmin/PSDB – que causou o desabamento de um prédio de 24 andares no Largo do Paissandu, centro da cidade, onde viviam ao menos 150 famílias. Oficialmente, quatro pessoas estão desaparecidas e uma morreu.
Os moradores pagavam aluguel para morar ali, alguns mais de 400 reais. Segundo eles, essa era a única saída para conseguirem morar em São Paulo, em busca de emprego.
Ao menos 1,2 milhões de famílias proletários e semiproletários vivem em condições precárias na cidade, segundo a Secretaria Municipal da Habitação. Supondo que cada família tem em média três integrantes, o número salta para 3,6 milhões de pessoas.
O aumento nos aluguéis, políticas habitacionais insuficientes e uma forte crise econômica são apenas alguns dos motivos que se somam ao déficit habitacional. Tudo isso leva famílias a ocuparem prédios em condições precárias. O resultado são cerca de 70 prédios ocupados por aproximadamente 4 mil famílias somente na região central, de acordo com dados da Prefeitura de São Paulo.
O governo, no entanto, busca utilizar disso para culpar as famílias que ocupam prédio e alavancar a repressão contra outros imóveis ocupados legitimamente. Cria-se, assim, uma cortina de fumaça que esconde o caráter previsível e premeditado dessas tragédias – resultado da miséria imposta ao proletariado e semiproletariado.