Revolução de Nova Democracia - É a revolução nos países dominados pelo imperialismo nos quais se desenvolve um capitalismo burocrático, isto é, os países coloniais e semicoloniais, ambos caracterizados pela semifeudalidade. Foi o Presidente Mao Tsetung na direção do Partido Comunista da China e da Revolução Chinesa quem definiu que em países deste tipo, a revolução democrático-burguesa pendente só pode ser realizada como revolução democrático-burguesa de novo tipo. Isso porque, na época do imperialismo, a burguesia passou por completo para a reação e esta revolução só pode ser levada a cabo sob a direção do proletariado, e é a via inevitável para se passar ao socialismo nos países dominados.
Ela se difere das revoluções democráticas de velho tipo por ser obrigatoriamente dirigida pelo proletariado por meio de seu partido, o Partido Comunista. Apesar disso, tal como a revolução democrática de velho tipo, ela visa resolver a questão nacional e democrática, tendo em sua base o problema das relações de propriedade da terra altamente concentrada nas mãos da classe latifundiária, com a diferença de seguir ininterruptamente à revolução e construção socialistas. Ou seja, ela conclui-se fundamentalmente com a conquista do Poder em todo o país ao confiscar as terras dos latifundiários e entregá-las aos camponeses pobres sem terra ou com pouca terra e com o confisco do capital da grande burguesia burocrática-compradora e das corporações estrangeiras, varrendo a dominação imperialista.
Para realizá-la, o proletariado, por meio do Partido Comunista, deve unir-se aos camponeses, principalmente pobres (aliança operário-camponesa), pela conquista da terra e destruição do latifúndio mediante uma guerra camponesa, isto é, a guerra popular que se dá no campo e na cidade, sendo o campo principal. Para tanto, por meio dessa guerra, deve-se destruir parte por parte o velho Estado burocrático-latifundiário e estabelecer, em seu lugar, o Novo Poder da Frente Única, que além do proletariado e camponeses pobres incorpora a camada inferior dos camponeses médios, a pequena burguesia urbana e defende os interesses da burguesia genuinamente nacional (média burguesia). Setores desta que, em determinadas condições, também pode integrar a Frente Única. Entre estas classes e a dominação do imperialismo, da grande burguesia e do latifúndio existem agudas contradições que devem ser exploradas em benefício da revolução.
Os alvos da Revolução de Nova Democracia são, portanto, a semifeudalidade, o capitalismo burocrático e o imperialismo, as três montanhas da exploração do povo e da opressão da nação, como definiu o Presidente Mao.
Na época do imperialismo, a dominação imperialista sobre as colônias e semicolônias se exerce por meio do capitalismo burocrático e por intermédio da grande burguesia e dos latifundiários. Portanto, não se pode resolver os problemas nacional e agrário sem destruir o capitalismo burocrático e expropriar suas classes dominantes.
Após confiscar os monopólios da grande burguesia local e os latifundiários, desbaratando a dominação imperialista e entregando a terra aos camponeses, principalmente pobres (contemplando assim o clamor das classes revolucionárias envolvidas na revolução), o novo Poder revolucionário, o Estado de Nova Democracia como ditadura conjunta de classes revolucionárias sob hegemonia do proletariado – ou a Assembleia do Poder Popular, apoiada nos órgãos de poder das massas armadas – tem que passar de modo ininterrupto à revolução e construção socialistas, para desenvolver o país de maneira independente. Do contrário, se regressará ao capitalismo burocrático, com nova reestruturação da propriedade monopolista no campo e na cidade (como tendência inevitável do capitalismo) e se produzirá inevitavelmente a submissão às oligarquias financeiras, ao imperialismo, resultando em revolução inconclusa.
É por conta dessa necessidade de passar imediatamente ao socialismo que a burguesia genuinamente nacional não pode dirigir e realizar a revolução democrática hoje em dia.