Nos dias 18 e 19 de maio, militares do exército e policiais do Bope e do 19º Batalhão da PM fizeram uma megaoperação nas favelas Bateau Mouche, Caixa D’Água, Chacrinha, Mato Alto, Barão (José Operário), Covanca e Pendura-Saia, todas na região da Praça Seca, na Zona Oeste do Rio. Participam da ação 2,8 mil militares das Forças Armadas, 300 policiais militares e 240 policiais civis, com apoio de veículos blindados, aeronaves e equipamentos pesados de engenharia.
Na ação, ao menos oito pessoas morreram e a região foi sitiada pelo Exército, com apoio da polícia. Moradores ficaram ilhados em suas casas, muitas das quais foram invadidas e reviradas por militares. Até mesmo a autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, que liga a zona norte à zona oeste, foi bloqueada pelas Forças Armadas em pleno final de semana com o argumento de que traficantes varejistas de drogas estariam fugindo para o Complexo do Lins. Nas redes sociais, moradores compartilharam um pouco dos momentos de angústia que viveram durante a ação criminosa das tropas do velho Estado.
“A gente já não aguenta mais essa guerra. A polícia ao invés de apartar a briga da milícia com o tráfico, chega aqui para matar mais gente, para deixar tudo mais difícil do que já está. Eles querem dar moral para a milícia enfraquecendo o tráfico e aí é o morador que fica no meio do tiroteio. Isso tem que acabar.”, protesta um morador da Covanca na página Jacarepaguá Notícias RJ.
Essa foi a 29ª chacina cometida pelo velho Estado nas favelas do Rio de Janeiro somente este ano e a sexta ação com mais de cinco mortos. No final de março, uma ação da Tropa de Choque no Morro da Rocinha também deixou ao menos oito pessoas mortas e, como noticiamos na última edição de AND, em uma operação na Cidade de Deus no dia 3 de maio, ao menos seis pessoas foram mortas pela polícia.