Apaixonado por música, principalmente percussão, André Churros não se contenta em conhecer diversos ritmos e tocar todos os instrumentos que lhe forem possíveis. Quer passar esse conhecimento para o máximo de pessoas, fazendo a sua parte em favor da cultura brasileira. Criador do Sãobloco, que engloba uma escola de ritmo, uma banda e um canal de entrevista, Churros se prepara para lançar um CD no segundo semestre.
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André Churros, vivendo entre os palcos e a sala de aula
— O nome Churros vem de uma brincadeira dos colegas da escola por eu ser muito alto e magro. Na época do ensino médio eles começaram a falar que eu era igual ao doce. Passaram a me chamar de Churros e isso pegou rápido entre os meus amigos. Acabou chegando em todo mundo e ficou tão forte que virou sobrenome e o meu nome artístico. Meu nome verdadeiro é André Luís dos Santos —explica.
— Sou nascido e criado em São Gonçalo, comecei na música muito novo por causa da minha avó. Ela é mãe de santo. Hoje já não pratica por conta da cegueira, mas naquele tempo tinha um terreiro de candomblé e eu ficava ali no meio daqueles batuques, o que acabou desenvolvendo a música em mim.
— Então comecei tocando atabaque, agogô e fazendo o canto no centro da minha avó e depois, aos seis anos, minha mãe me colocou para praticar capoeira, quando aprendi a tocar berimbau e outros instrumentos característicos da capoeira. Em 1996, quando comecei a desfilar na Viradouro, minha mãe me apresentou ao mestre Jonas, irmão do grande mestre Jorjão e ele me ensinou a tocar tamborim — recorda.
Churros passou a tocar em bateria de escolas de samba, primeiramente tamborim e depois os outros instrumentos.
— Surdo, caixa, repique, agogô, chocalho, cuíca, enfim, toco todos os instrumentos ligados a esse universo. Sou cria da Viradouro e desfilo também na Porto da Pedra, Grande Rio e Cubango. Nasci dentro do samba, meus pais sempre foram sambistas, minha família e muitos parentes são de escolas de samba, então tenho uma grande ligação com as escolas, sempre por dentro dos trabalhos — comenta.
— Meu instrumento oficial de percussão é o tamborim, é aquele que tenho domínio e sou apaixonado, fiz todo o meu estudo com base nele, um instrumento marcante e um desafio para aprender, porque tem que desenvolver outras coordenações além da motora. Além da percussão toco baixo, violão, guitarra e muitos outros instrumentos, e também já fiz aulas de canto.
— A partir dos anos 2000 comecei a fazer alguns estudos teóricos e a acompanhar grupos de samba, de pagode, blocos, etc., até criar o Sãobloco, uma marca de educação cultural musical. O Sãobloco nasceu da necessidade que eu vi aqui em São Gonçalo de se ter algo que falasse, estudasse e praticasse a cultura da percussão carioca — explica Churros.
O Sãobloco é dividido em três frentes: uma escola para formar novos ritmistas, uma banda de música e um canal de entrevistas na internet.
— A primeira frente procura formar ritmistas para os blocos, as escolas de samba, dando aulas, orientações, palestras etc. Pegamos pessoas que não sabem nada ou que sabem alguma coisa e queiram aprimorar, aperfeiçoar e aprender o samba carioca e as variedades rítmicas que se tem no Brasil e no exterior também — explica Churros.