A cada dia fica mais explícito que o sistema prisional brasileiro, produto da decomposição do capitalismo burocrático, não apresenta nenhum benefício para o povo pobre. Em Goiás são cada vez mais frequentes as rebeliões em presídios, frutos do descaso e desprezo das classes dominantes para com a população carcerária.
Banco de dados AND
Rebelião dos detentos do Complexo Aparecida de Goiânia, 18/01
Em janeiro deste ano, ocorreu uma rebelião em Aparecida de Goiânia que resultou em nove mortos, 14 feridos e 106 fugas, motivada por brigas entre presos de diferentes alas, noticiada na edição 203 de AND.
No dia 25 de maio ocorreu um incêndio que ceifou a vida de nove jovens no Centro de Internação Provisória (CIP) do 7º Batalhão da Polícia Militar em Goiânia. Este incêndio foi causado pela revolta de jovens que não queriam ser trocados de celas e atearam fogo em colchões como forma de protesto. As condições de vida dentro de um presídio são tão precárias que qualquer vínculo feito dentro da prisão, qualquer relance de amizade entre presos se torna extremamente importante para aqueles que possuem um contato humano tão restrito. Em grande parte das ocasiões as trocas de celas são medidas punitivas dos proto-torturadores que comandam os presídios, querendo restringir qualquer resquício de humanidade dos detentos.
As famílias denunciam que o batalhão da polícia militar estava superlotado e não oferecia estrutura para comportar os menores, e também a letargia dos carcereiros para abrir as celas. A renúncia em socorrer os jovens foi o principal motivo das mortes, segundo os familiares.
No dia 30 de maio foi organizada uma vigília em frente ao 7º Batalhão para lembrar da vida destes jovens e para cobrar do Estado uma posição e a apuração dos fatos. Ali havia jovens que estavam cumprindo pena em conjunto com jovens em situação de prisão preventiva, o que contraria os parâmetros da CIP.