Artista de rua que faz com prazer aquilo que gosta e acredita, o violonista e cantor Denny Menezes tem como objetivo principal levar cultura e alegria para o povo, tocando e cantando nos trens, ônibus, praças etc. Natural de Belém, Pará, Denny migrou para o Rio de Janeiro há dez meses visando divulgar e expandir a sua arte, o que tem lhe rendido satisfação e ajudado a seguir em frente nos seus objetivos.
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Denny, um artista de rua a serviço do enriquecimento cultural do povo
— Trabalhar nos trens da Central do Brasil tem sido uma aventura para mim, acabo conhecendo muitas pessoas, sendo aceito por algumas e não tão aceito por outras, e isso vem gerando algo muito gratificante. Percebo que por meio da minha arte posso levar um bem para o povo e assim conseguir atingir o meu objetivo, e isso é o que me mantém focado a continuar o trabalho — fala Denny.
— O objetivo principal da arte de rua para mim é levar cultura, boa música, alegria para as pessoas, e cada artista de rua sabe o que trabalhar e a mensagem que vai querer espalhar. Da minha parte quero, além de enriquecer culturalmente as pessoas, ajudar a quebrar o gelo e o estresse do cotidiano, dos engarrafamentos, dos transportes lotados, e muitas outras coisas que afligem o povo, essa é a minha contribuição — expõe.
Há dez meses desenvolvendo e apresentando a sua arte no Rio de Janeiro, Denny demonstra entusiasmo.
— Tenho trabalhado nos trens principalmente, tocando violão e cantando. Comecei trabalhando sozinho e depois fui conhecendo outros artistas que trabalham no vagões. Até comecei a tocar com alguns. Por exemplo, o mês passado eu estava tocando com a Laura, uma violinista que veio de São Paulo para trabalhar aqui no Rio também. Fizemos uma dupla que deu muito certo, mas no momento voltei a trabalhar sozinho — conta.
— Meu repertório é vasto, muitos estilos, e escolho o que vou apresentar baseado no vagão do trem que eu esteja, quer dizer, no público que está ali no momento. Se são pessoas mais velhas escolho determinado ritmo, ou se são jovens escolho outro. Toco e canto desde MPB, pop rock dos anos de 1990, Paralamas e Legião Urbana, até reggae, passando pela música nordestina, Zé Ramalho e Alceu Valença, canções que falam de amor, cotidiano, da vida — relata.
— Sou também compositor, já fiz algumas músicas e quando dá eu apresento, enfim, é coisa de momento e eu acho isso ótimo. A arte de rua para mim é algo muito bom e especial, basta dizer que apesar de todos nós precisarmos de recursos financeiros para a sobrevivência, ela é muito independente nesse sentido. O artista de rua em geral não foca o seu trabalho nesse detalhe, é algo feito mesmo por amor — fala.
O trabalho do artista de rua, na concepção de Denny, é sempre voltado para o bem social, para o coletivo.
— Ele é feito exclusivamente para atender as pessoas, àqueles que irão usufruir dessa arte. Nesse sentido o objetivo principal do artista de rua, na minha concepção, vendo bem de dentro, não é ganhar dinheiro, mas sim levar um enriquecimento cultural para o povo, realizar um trabalho social e não comercial ou relacionado à carreira — afirma.