Os Guardas Vermelhos de Austin, Los Angeles, Pittsburgh, Charlotte e Kansas City emitiram declaração conjunta repudiando a agressão covarde perpetrada pelo movimento liquidacionista Jugendwiderstand (JW) contra ativistas maoistas alemães dirigidos pelo Comitê Bandeira Vermelha (CBV). Nos últimos três meses, várias organizações e Partidos maoistas pronunciaram-se nesse sentido, conforme reportamos em AND 213.
Oswaldo Rivas
Guardas Vermelhos de Austin (Texas) em marcha de rua; ''Ousar lutar, ousar vencer!', diz o cartaz
“É responsabilidade dos revolucionários de todo o mundo analisar linhas ideológicas em luta como internacionalistas, e devemos assumir a posição de combater o centrismo e o direitismo”, introduzem os maoistas. “Em relação aos eventos que ocorreram em 1º de maio de 2018 [referindo-se à agressão] e às numerosas declarações subsequentes, mantivemos silêncio por muito tempo. Por isso, somos autocríticos e procuramos retificar essa questão ficando a par das importantes lutas que estão ocorrendo no Movimento Comunista Internacional e tornando nosso apoio claro e oportuno. Em suma, devemos aprender a separar os revolucionários dos revisionistas e apoiar firmemente os revolucionários.”, prosseguem.
“Em primeiro lugar, condenamos as ações sem princípios do Jugendwiderstand”, repudiam os maoistas estadunidenses, e logo prosseguem com uma autocrítica: “Nós expressamos nosso apoio a eles em várias ocasiões, e esse é um ponto sobre o qual somos humildemente autocríticos”. Sobre a agressão, os Guardas Vermelhos são enfáticos de que são fatos “inaceitáveis, indefensáveis e reacionários e condenamos como tais.”.
Recordando a agressão
No dia 1º de maio, durante uma marcha, ativistas revolucionários que portavam o estandarte da campanha internacional pelos 200 anos de Karl Marx, em Berlim, foram atacados por “uma tropa do lumpesinato”, conforme caracterizou o CBV, em declaração de repúdio.
Os elementos da JW saíram por trás de uma coluna policial e atacaram os ativistas revolucionários. Antes que estes pudessem reagir, fugiram e esconderam-se atrás das fileiras da polícia.
O ataque foi uma tentativa dos liquidacionistas da JW de intimidar os maoistas alemães, que avançam seus trabalhos em Berlim. Os elementos da JW atuam com métodos e lógica das gangues na tentativa de impedir que os maoistas trabalhem em áreas onde aqueles circulam.
Segundo apontou o Partido Comunista do Brasil (Fração Vermelha), em declaração de repúdio à agressão (já relatada em AND 213), o ataque se dá em um contexto no qual os maoistas de todo o mundo, tendo a frente uma esquerda, “avançam rumo a uma Conferência Internacional Maoista Unificada” e, frente a este avanço, “elementos recalcitrantes, em seu afã de hegemonismo, opõem-se a essa marcha”. Os comunistas brasileiros mencionam que essa agressão é um ataque a esses avanços dos maoistas e que “os verdadeiros responsáveis guardam silêncio cúmplice”, referindo-se aqueles que patrocinaram politicamente a JW para opor-se ao CBV.
Repúdio ao revisionismo
Os Guardas Vermelhos também criticaram a capitulação dos liquidacionistas da tarefa de reconstituir o Partido Comunista da Alemanha (a JW surgiu a partir de um grupo que se separou do CBV, adotando desde então uma linha que busca liquidar os avanços nessa tarefa) e todo o ecletismo ideológico que utilizam para justificá-la. “A JW assume uma linha branca, de direita e oportunista para atacar o CBV tal como os oportunistas usam para nos atacar no USA”, comparam. “Acusam-nos de ‘cultismo’, ‘gonzalismo’, ‘pequena seita’ e assim por diante”. Segundo os maoistas, são acusações que visam “opor-se aos inúmeros aportes da Guerra Popular no Peru. É um ataque contra o maoismo e é, portanto, um ataque contra nós.”.