Violentos protestos irromperam em todo o Iraque contra a política do governo e pelos direitos fundamentais do povo, nos dias 8 a 17 de julho. As manifestações, iniciadas na província de Basra, tinham como objetivo exigir acesso à água potável, eletricidade e emprego. As forças repressivas do velho Estado iraquiano, tentando calar o protesto, espancaram e dispararam com armas de fogo contra manifestantes. A denúncia é da Human Rights Watch, veiculada no dia 23 de julho.
Banco de dados AND
Militar iraquiano agarra manifestante no campo de petróleo
De oito protestos analisados pela entidade, em seis deles houve disparos de armas de fogo por parte das tropas policiais, ferindo 47 pessoas. O relatório menciona que, em cinco destes protestos, os manifestantes responderam jogando pedras, bombas caseiras com gasolina (coquetéis molotov) e ergueram barricadas em chamas. Acuado com os protestos, o velho Estado chegou a aplicar censura e restringiu o acesso à internet em grande parte do centro e sul do Iraque.
Segundo o relatório, pelo menos três manifestantes foram executados pelas forças de repressão e dentre os feridos estão duas crianças que foram baleadas, e uma terceira que foi espancada com um fuzil.
São três as reivindicações das massas: o acesso à água dessalinizada (água submetida a tratamento de retirada de excesso de sal), pois a água potável na região de Basra possui esta característica durante o verão; a queda na taxa de desemprego no setor petrolífero e em outros setores industriais; e acesso à eletricidade, especialmente no verão.
Após a violenta onda de protestos, o primeiro-ministro Haidar al-Abadi, temeroso com a força das manifestações, assumiu um compromisso de destinar fundos públicos para solucionar as demandas.
Os protestos, inicialmente restritos à província de Basra no dia 10, tomaram rapidamente outras regiões do país. Babil, Bagdá, Dhi Kar, Karbala, Missan, Muthanna e Najaf foram algumas das regiões onde registraram-se protestos violentos. Especialmente em Basra, os manifestantes foram diretamente ao campo petrolífero, sabendo que assim o governo seria obrigado a atender aos seus direitos.