O cacique da aldeia Cocalinho I, Jorge Guajajara, foi encontrado morto no dia 12 de agosto perto do rio Zutiwaia que corta a Terra Indígena (TI) Araribóia, no município de Arame, no Maranhão.
APIB Comunicação
Protesto contra o genocídio indígena ocorrido em abril, Brasília
Segundo os guajajara, a suspeita é de que o indígena de 56 anos tenha sido assassinado pela sua posição de destaque na luta pela autodemarcação da TI Araribóia, integrando o grupo de autodefesa criado por eles intitulado “Guardiões da Floresta”, para proteger o seu território contra a ação de latifundiários, madeireiras, garimpeiros e caçadores.
Vitorino Guajajara, morador da aldeia Lago Branco, situada na TI Araribóia, em denúncia feita ao Instituto Socioambiental (ISA), falou que existe uma espécie de toque de recolher em Arame para os indígenas, que não devem circular na cidade depois das 22 horas. Jorge Guajajara teria descumprido este toque de recolher.
Segundo a perícia divulgada pela Polícia Civil, a morte de Jorge Guajajara foi por afogamento, não havendo marcas de tiros ou golpes de faca, sendo que a hipótese de homicídio não foi descartada pela polícia.
De acordo com relatos de indígenas feitos ao Survival International, o pescoço da liderança guajajara estava quebrado e quase separado do corpo. Ainda conforme esses relatos, outros corpos de indígenas assassinados já haviam sido encontrados neste mesmo local.