Há poucas semanas da realização da farsa eleitoral, movimentos populares, ativistas e massas de modo geral põem em marcha a campanha nacional de boicote à farsa eleitoral.
Boicote à farsa eleitoral se robustece em todo país: pichação registrada em Campinas, SP
A campanha foi inaugurada por uma grande agitação realizada em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, no dia 31 de agosto. Uma estensa faixa vermelha com a palavra de ordem Nem eleição, nem intervenção militar! Revolução, Já!, assinada pela Frente Revolucionária de Defesa dos Direitos do Povo (FRDDP), foi exibida na Praça de Estação, no centro da cidade.
Participaram o Movimento Feminino Popular (MFP), Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR), apoiadores da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Belo Horizonte e Região (Marreta). A agitação distribuiu exemplares antigos do jornal AND.
Um ativista revolucionário fez uma agitação escancarando o caráter farsesco da eleição e do chamado “sistema democrático”, no qual os monopólios econômicos e grupos de poder determinam os rumos do país manipulando (com seu poder econômico) a política, mantendo a nação dominada pelo imperialismo, pela grande burguesia e pelo latifúndio, impondo às massas as mais draconianas medidas de exploração e opressão. As eleições, pontuou ele, servem apenas para dar um lustro de legitimidade a toda essa podridão perante o povo.
Um outro ativista, em sua fala, afirmou que uma prova da ausência de democracia para o povo é que “a milicada golpista lambe-botas do imperialismo ianque arquiteta uma intervenção dentro da ‘legalidade constitucional’ e busca apelo popular para tanto, apostando na ineficiência das demais instituições”. Mencionando que, no entanto, a intervenção militar já provou ser mais do mesmo, como demonstra a experiência do Rio de Janeiro.
Em Campinas (interior de São Paulo), várias pichações puderam ser vistas em locais estratégicos da cidade. Próximo a um viaduto, uma grande pichação conclamava: Eleição não! Guerra Popular sim!, acompanhada com o símbolo comunista da foice e martelo. Também foram pichados outros muros com a consigna Eleição é farsa! Rebelar-se é justo!
Em Porto Velho (capital de Rondônia), foi lançado o Comitê de Boicote à Farsa Eleitoral cuja primeira atividade foi uma grande agitação no campus da Universidade Federal de Rondônia (Unir), no dia 10 de setembro. Participaram desta o MFP e o MEPR. Em Belém, o Comitê de Boicote local também realizou panfletagem em frente ao Restaurante Universitário da Universidade Federal do Pará. Em Marabá também houve panfletagem.
Em Curitiba, capital do Paraná, ativistas do movimento Alvorada do Povo também realizaram ações de boicote. A consigna Não vote, lute! foi escrita nos muros próximos ao Restaurante Universitário Central da Universidade Federal do Paraná no início de setembro.
Grande agitação em BH convocando ao boicote eleitoral, MG
Já no agreste pernambucano, município de Lagoa dos Gatos, mais de 100 famílias camponesas que marchavam pela defesa de suas terras ocupadas, no 21 de agosto, também aderiram à campanha. Os camponeses distribuíram um panfleto convocando o povo a boicotar a farsa eleitoral. O título do panfleto estampava a consigna Não vote, lute pela revolução!; uma faixa com a mesma consigna foi levantada pelos trabalhadores.
A FOB, organização anarquista, também adere à campanha de boicote sob a consigna Não vote, lute!. Adesivos foram vistos na cidade do Rio de Janeiro.
Camponeses prendem secretário
Cansados de promessas e de serem enganados em época eleitoral, aproximadamente 50 camponeses da reserva extrativista do Rio Liberdade prenderam o secretário estadual de Meio Ambiente e sua comitiva até que fosse concluída uma obra iniciada que está sendo arrastada há dois anos. Eles retiveram os agentes do governo por aproximadamente oito horas e estavam dispostos a queimar o trator, caso não tivessem seus direitos atendidos.
Após quatro horas de ato, foi organizada uma comissão de camponeses para ir com o secretário até a prefeitura de Cruzeiro do Sul buscar outra máquina para encaminhamento da obra, enquanto os técnicos ficaram sob custódia. Este ato vitorioso resultou na efetiva realização das melhorias do ramal.
O estopim da revolta foi quando, após ser pressionadas por meses, as “autoridades” enviaram uma máquina velha para a execução das obras que acabou tendo pane mecânica. Os trabalhadores viram-se desrespeitados e, temendo ser enganados novamente, foram cobrar imediata solução do secretário de meio ambiente, que estava no local junto a sua comitiva.