Acuada, a Suprema Corte de Nova Delhi, na Índia, ordenou a substituição da prisão preventiva para prisão domiciliar de pelo menos dois dos ativistas presos. Foram libertos o presidente da Frente Democrática Revolucionária, Varavara Rao, e o ativista Gautam Navlakh. Ambos estão agora em suas casas.
Gautam Navlakh teve cancelada a prisão preventiva no dia 1º de outubro porque, de acordo com a Suprema Corte de Nova Delhi, as “provas” apresentadas pela polícia de Pune, que realizou a prisão, são “insustentáveis” e não cumpriam com os requisitos legais e constitucionais. Ao saber da conversão de sua prisão preventiva para domiciliar, ele declarou que não poderia “esquecer-me dos co-acusados que permanecem encarcerados por suas convicções ideológicas”.
Gautam foi preso simultaneamente com outros quatro democratas chamados Susan Abraham, Vernon Gonzalves, Arun Farreira e Anand Teltumbde, todos acusados de suposto vínculo com o Partido Comunista da Índia (Maoista), que dirige uma Guerra Popular para a conquista do Poder no país.
Já o escritor revolucionário Varavara Rao teve sua prisão preventiva convertida em prisão domiciliar no dia 30 de outubro, dois dias após ser capturado por agentes da polícia em seu apartamento em Hyderabad, no estado de Telangana. A companheira e esposa de Varavara Rao, Hemalatha Rao afirmou, em entrevista à imprensa local no começo de setembro, que a conversão para prisão domiciliar foi uma “vitória parcial” – mesmo considerando que não há sequer provas para mantê-lo nessa condição, a não ser uma ridícula “carta maoista” que, segundo o próprio Varavara Rao, foi fabricada pela polícia política do regime de Narendra Modi (primeiro-ministro do velho Estado).
“Vocês da imprensa conhecem o estilo de comunicação dos maoistas. Até eu conheço, porque participei de conversas de paz. Alguém com bom senso acreditará que aquilo foi escrito pelo Partido?”, denunciou Varavara Rao, em entrevista à imprensa em junho, quando do aparecimento da tal carta.
Varavara Rao, Gautam Navlakh e os outros quatro democratas presos nessa ocasião não são os únicos democratas da Índia vítimas de prisão e perseguição política, acusados de “vínculos com os maoistas”.