Projeto de música brasileira, dançante e tropical, a pernambucana banda Bule explora timbres, sonoridades e substâncias da música dos anos de 1980, juntando o orgânico e o eletrônico, o beat e a conga, o synth e a guitarra. Nascida em Recife, a banda tem em sua base canções autorais, com uma identidade sonora e visual própria que aparece em seu primeiro disco, lançado há dois meses.
Jonathan Oliveira
Os membros da banda estão muito animados com o projeto
— A banda começou a surgir no final de 2016, quando passamos a nos encontrar e ficar todo o tempo compondo. Quase todos já se conheciam por outras bandas, já tinham tocado juntos em shows etc, isso desde a época de adolescentes, tendo bandas juntos, enfim, Bule nasceu dessa afinidade musical que já tínhamos, os timbres dos anos oitenta já eram coisas que vínhamos escutando — fala Daniel Ribeiro, componente da banda.
— Fomos trocando essas figurinhas, conhecendo novas bandas e mergulhando no universo musical dos anos 80, música brasileira e de outros países. Pedro e Carlos, por exemplo, estudavam produção fonográfica juntos, então iam todos os dias para a faculdade escutando discos, maturando timbres, etc. — continua.
— E o interessante é que todo mundo da banda nasceu no começo dos anos 90, porém essa música é um gosto musical que realmente temos em comum. Nosso objetivo é tocar em festivais, turnês, mostrar o nosso trabalho circulando dentro da cena musical brasileira, que é bem rica — expõe.
Depois de bastante tempo trabalhando e amadurecendo repertório, chegou a hora de escolher um nome que tivesse sentido dentro do ideal da banda.
— O projeto já vinha se desenrolando há um ano e meio, nos encontrávamos semanalmente para compor e produzir as música que iriam representar a banda que estávamos montando, então o nome teria que entrar nesse contexto. Já havíamos colocado em pauta que seria um nome curto, e depois de conversas decidimos por Bule — conta Daniel.
— Além de ser uma palavra brasileira, foneticamente falando, e nós prezamos por isso, o nome se relaciona com bulir, mexer, que lembra como começamos: nos encontrando para mexer com as músicas, fazer nossas produções em casa mesmo, do jeito que dava. O nome também se relaciona com o bule que ferve a água, e nós fervemos nossa sonoridade em encontros, reuniões, antes de botar a cara no mundo — explica.
— Porque apesar de estarmos há dois anos produzindo, somente em março passado aparecemos para o mundo, e em novembro conseguimos lançar o nosso EP, com cinco faixas. Pretendemos colocar nossas músicas, vídeos que fizemos, o nosso material na internet, e vamos lançar uma música por semana — complementa.
Construindo um universo sonoro
— A banda é autoral, e pelo fato de termos nos reunido duas vezes por semana durante um ano e meio, mais ou menos, para compor, temos umas vinte músicas engatilhadas para trabalhar em outros discos. Até temos um certo interesse em pequenas versões de alguns artistas, mas o nosso intuito mesmo é ser autoral, caso façamos alguns covers, serão versões mais curtas e adaptadas ao nosso estilo — fala Daniel.