Nos dias 6 e 7 de janeiro, moradores da favela do Jacarezinho foram mais uma vez vítimas da sede insaciável de sangue e vingança do velho Estado, agora sob a gerência de Wilson Witzel. Após a morte do soldado da PM Daniel Henrique Mariotti, morto na tarde de 05/01 em um assalto, policiais de várias delegacias da Polícia Civil, do Bope e da Core, invadiram o Jacarezinho na tarde de 06/01 em busca de vingança. Dois helicópteros deram apoio à ação disparando tiros a esmo contra a favela e deixando moradores em pânico.
— Existe uma coisa chamada planejamento. O governo não pode mandar um helicóptero para metralhar do céu uma comunidade carente, sem critério, podendo acertar uma criança ou um trabalhador. Nós somos seres humanos e não gado. O governador é o culpado, pois ele é quem dá as cartas e todos sabemos que ele está cheio de sangue nos olhos. Já deu carta branca para a polícia fazer o que quiser aqui dentro — diz a moradora Giselle Lyne.
Além disso, a equipe de AND conversou com o presidente da associação de moradores do Jacarezinho, Leonardo Pimentel, que relatou inúmeros outros problemas causados pela ação da polícia em dois dias seguidos de operações.
— Foram mais de dez transformadores destruídos por disparos feitos pelos policiais. Com isso, praticamente todo o Jacarezinho está sem luz e não existe prazo para a realização dos reparos, pois a Light afirmou que não há um ambiente seguro para os técnicos trabalharem. Nossa vida aqui na favela já é miserável e ainda somos tratados como lixo pelo Estado — afirma o presidente da associação.