Foi preso em Marabá (PA), em 17 de janeiro, o latifundiário José Iran dos Santos Lucena, acusado de “ser chefe e financiador de um grupo paramilitar atuante no sudeste do estado”, segundo a Polícia Civil. A operação contra os paramilitares do latifundiário prendeu também cerca de dez pessoas em três municípios paraenses, incluindo um filho do latifundiário José Iran. Em entrevista com a imprensa local, os investigadores afirmam que, além de armas apreendidas, o grupo também atua no tráfico de drogas.
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José Iran e filho: acusados de chefiar o maior bando paramilitar do Pará
Movimentos de luta pela terra assinaram no dia 23/01 uma nota conjunta sobre a prisão do latifundiário. Nela afirmam que “tão logo a imprensa divulgou a prisão do bando, as organizações de produtores rurais do Estado divulgaram nota de protesto, deram inúmeras declarações e marcaram manifestação no fórum de Marabá (PA), condenando a ação da polícia e do Judiciário, saindo em defesa da quadrilha chefiada por José Iran e exigindo sua imediata liberdade”.
Durante a “manifestação” convocada e realizada por latifundiários organizados nas “associações de produtores” do Pará, em frente à unidade policial onde José Iran está preso, um outro latifundiário acabou detido: trata-se do então foragido José Edmundo Ortiz Vergolino, condenado a 152 anos de prisão pelo assassinato de sete camponeses que ocupavam uma fazenda em São João do Araguaia, no ano de 1985.