Na manhã do dia 7 de maio, cerca de 150 trabalhadores terceirizados que atuam em 10 empresas prestadoras de serviço para a Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas (Susam) realizaram mais um ato pelo pagamento de salários e demais direitos trabalhistas. Alguns denunciam que estão há 5 meses sem receber. Os dois sentidos da avenida André Araújo, no trecho em frente a Susam, foram bloqueados durante o ato.
A técnica de enfermagem Rose Ribeiro denuncia que está há três meses sem salário e, mesmo assim, a empresa afirma “não ter previsão” de pagamentos dos trabalhadores. “Temos direito de receber em dia nossos salários. É uma situação muito chata, porque as pessoas vão na porta da casa do trabalhador e cobram, e aí eles pensam que já recebemos. O nosso objetivo é receber o nosso salário em dia”, protesta.
A técnica de enfermagem Karina Souza, trabalhadora da Fundação Adriano Jorge, denuncia que não aguenta mais trabalhar sem receber. Atualmente ela não consegue pagar o aluguel e outras contas. “Perdi minha bolsa da faculdade por falta de pagamento. Estou com uma dívida enorme e devendo dois meses de aluguel. Estou vivendo de doações. Existem colegas nossos que estão pagando pra ir trabalhar. É uma vergonha”, diz indignada.
“Nós que somos mães de família estamos com aluguel atrasado, faculdade atrasada, filhos doentes. Inclusive tenho uma filha que faz tratamento de oncologia com câncer de mama. Estou prestes a ser despejada porque não consigo pagar aluguel”, denuncia a técnica Iraci Melo, trabalhadora da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD).
Essa situação expõe a precarização que os trabalhadores da saúde são submetidos em nome dos lucros das empresas terceirizadas. Em todo o território do Amazonas, o velho Estado entregou a saúde nas mãos das empresas terceirizadas, em um processo de privatização velado.