No dia 12 de novembro, o presidente do Estados Unidos (USA), Donald Trump se reuniu com seus conselheiros e os questionou sobre as opções de um ataque contra a principal instalação nuclear do Irã, em Natanz, nas semanas seguintes. Eles o teriam dissuadido, mas segundo o monopólio de imprensa The New York Times (NYT), “Trump ainda pode estar procurando maneiras de atacar ativos e aliados iranianos, incluindo milícias no Iraque”, buscando opções militares tradicionais e cibernética, uma combinação das duas ou – o que tem se especulado mais provável – ações diretas por intermédio de Israel.
Uma semana antes dessa reunião com seus conselheiros – que incluiu o vice-presidente, Mike Pence; o secretário de Estado, Mike Pompeo; o secretário de Defesa interino, Christopher C. Miller, e o general Mark Milley, presidente da Junta de Chefes de Estado-Maior –, Trump havia promovido um expurgo no Pentágono (Departamento de Defesa do USA), demitindo o antigo secretário de Defesa, Mark T. Esper, e trocando vários assessores, fortalecendo sua posição em termos de uma eventual ação militar.
O monopólio de imprensa israelense, Times of Israel, publicou em reportagem que Israel e o USA estariam planejando pressionar o Irã por meio de “operações secretas” e sanções econômicas, previstas para ocorrerem no final do mandato de Trump. O objetivo seria interferir nos planos do próximo presidente, Joe Biden, cujos assessores prometeram retomar o intervencionismo ianque direto (“botas no terreno”) no Oriente Médio e as relações com o Irã, diferente da política de sanções econômicas mortais adotada na gerência Trump; ambas fatais, de formas diferentes.
Imperialismo orquestra assassinato de cientista
No dia 27/11, o principal cientista nuclear do Irã, Mohsen Fakhrizadeh, foi baleado e morto em uma emboscada perto de Teerã, capital iraniana. De acordo com avaliações das agências de espionagem ianque e israelense, com base em documentos nucleares iranianos roubados por Israel, Fakhrizadeh era o diretor do programa de desenvolvimento nuclear do país desde o início do século XXI. Ele vinha sendo incriminado por ambos os países há muitos anos, acusado de estar por trás de “programas secretos para projetar armas atômicas”, justificativa repetidamente utilizada pelo imperialismo para promover suas agressões terroristas “fora de casa”.
Segundo o NYT, um oficial ianque e outros dois funcionários da inteligência do USA afirmam que Israel estava por trás do ataque ao cientista, corroborando com a acusação do próprio país persa de que o sionismo seria responsável pelo assassinato, a serviço do imperialismo ianque. O presidente do Irã, Hassan Rouhani, denunciou Israel de atuar como um agente “mercenário”.
Historicamente o imperialismo ianque e seu lacaio regional no Oriente Médio, Israel, possuem um conluio em ações de sabotagem contra o programa nuclear do Irã. Entre 2010 e 2012, Israel foi responsável pelo assassinato de quatro cientistas nucleares iranianos (Masoud Alimohammadi, Majid Shahriari, Darioush Rezaeinejad e Mostafa Ahmadi Roshan), e pela tentativa de homicídio contra Fereydoon Abbasi.
Outro caso vívido foi a infiltração do vírus de computador Stuxnet para sabotar partes do processo de enriquecimento nuclear do Irã, há uma década. Mais recentemente, Israel foi acusado de ter provocado o incêndio na usina de Natanz, também a serviço do USA.