A agência Sahara Press Service, ligada à Frente Polisário, noticiou que, no dia 23 de janeiro, forças militares do movimento bombardearam a região de Guerguerat, uma área de deserto perto da fronteira entre Marrocos e Mauritânia, no Saara Ocidental. Os ataques foram direcionados ao perímetro do muro de segurança que separa o território das forças saarauís de postos militares marroquinos.
A Frente Polisário é um movimento de libertação nacional que luta pela independência do Saara Ocidental em relação ao Marrocos desde 1975, após o fim da ocupação espanhola. Atualmente, o exército saarauí exige a realização de um referendo para que o povo local decida ou não pela sua autodeterminação.
Tropas saarauí perto de Tifariti, Saara Ocidental, na comemoração de 32 anos da Frente Polisário. Foto: Reprodução.
Em 13 de novembro de 2020, o grupo declarou que o Marrocos havia quebrado um cessar-fogo de três décadas ao retomar operações militares na fronteira de Guerguerat para reabrir uma rodovia bloqueada, que leva à vizinha Mauritânia. O local em questão fica na zona neutra entre o território reivindicado pela monarquia marroquina e a República Democrática Árabe Saarauí.
Brahim Ghali, líder saarauí, afirmou em carta à Organização das Nações Unidas (ONU) que “[O Marrocos] prejudica gravemente não apenas o cessar-fogo e acordos militares relacionados, mas também qualquer chance de conquistarmos uma solução pacífica e duradoura sobre a descolonização do Saara Ocidental”.
Recentemente, o Marrocos concordou em normalizar laços com Israel e a reconhecer o Estado sionista, a despeito da ocupação colonial e genocida dos territórios palestinos. Em troca, o Estados Unidos (USA) reconheceu a soberania do Marrocos sobre as áreas em disputa do Saara Ocidental.