Cresce o histórico de resistência na luta contra o latifúndio protagonizada pelas famílias camponesas do Acampamento Manoel Ribeiro, que ocupam há seis meses as últimas terras da antiga Fazenda Santa Elina, Rondônia. O latifúndio, em conluio com o velho Estado, com o objetivo de manter os camponeses sob tensão, tem perpetrado uma série de violações e intimidações. Contudo, com fogos de artifício e pedras, as famílias camponesas impuseram resistência diante da última investida da reação.
Em 30 de janeiro e 2 de fevereiro, as famílias do Acampamento, localizado em Chupinguaia, sofreram novos ataques do latifúndio Nossa Senhora Aparecida. Segundo o jornal Resistência Camponesa, disparos de armas de fogo foram efetuados por pistoleiros e drones foram utilizados para espionagem noturna. De acordo com novas denúncias feitas pelos camponeses, o drone sobrevoou o Acampamento na noite do dia 30/01, entre às 20h.
Em resposta, fogos de artifício e pedras foram disparados contra o dispositivo de vigilância. Dois dias após a invasão do drone, na madrugada de 02/02, pistoleiros atiraram contra o Acampamento e duas viaturas, uma descaracterizada e outra da Polícia Ambiental, pararam na esquina da estrada que dá acesso à tomada.
Informações que circulam pela região indicam que policiais do município de Chupinguaia foram contratados pelo latifúndio Nossa Senhora Aparecida para atuarem como pistoleiros nas terras da fazenda. Além disso, duas viaturas policiais estariam fazendo a escolta dos caminhões que transportam soja para o latifúndio.
Mesmo com a intensificação dos ataques contra os camponeses que lutam pela terra, esses seguem firmes e ainda mais fortes. A cada dia, dezenas de bandeiras do Acampamento Manoel Ribeiro e da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) são erguidas ao redor da tomada, reforçando o seu compromisso, organização e disposição de luta.