Os chefes de turno da Grã-Bretanha, David Cameron, e da França, Nícolas Sarkozy, assinaram no último dia 2 de outubro um novo acordo militar bilateral, que constituiu a concretização de um processo iniciado há 12 anos pelos então chefes Jacques Chirac e Tony Blair. São duas das três maiores potências capitalistas da Europa adiantando-se nas conformações preparatórias para mais uma guerra imperialista — desaguadouro inevitável e previsível da infindável crise dos monopólios — quase que ao mesmo tempo em que Obama foi à Ásia, mais especificamente à Índia (país que tem ogivas nucleares) pelo mesmo motivo, ou seja, jogar o jogo dos blocos de poder em rota de colisão e que mais cedo ou mais tarde se entenderão com seus arsenais bélicos nos campos de batalha.
Não por acaso o novo acordo de armas assinado entre a Grã-Bretanha e a França vem sendo denominado por muitos como a "Entente Cordiale do século XXI". A Entente Cordiale original, a do século XX, foi um arranjo colonial assinado em 1904 que garantiu o domínio do Egito aos britânicos e o do Marrocos à França, entre outras definições de pendengas franco-britânicas sobre a partilha do mundo.