Em 10 de abril haverão eleições gerais no Peru, um dos países onde a política criolla está chegando a extremos nauseabundos. Por trás da parafernália de uma contenda eleitoral empurrada como democrática se fecham obscuram interesses ligados às transnacionais e ao tráfico de drogas, situação que pesa qual um manto escuro sobre os três candidatos presidenciais que vêm ocupando os primeiros lugares nas diferentes pesquisas de opinião, e que se estende também sobre os candidatos periféricos que não terão nenhuma opção de ocupar o trono de Pizarro.
Durante mais de três décadas a enferma e postiça democracia peruana enfrentou os revolucionários comunistas peruanos, atribuindo-lhes uma suposta ligação com o tráfico de drogas1. Mesmo assim, os governantes do velho Estado peruano — e agora inclusive muitos de seus aspirantes — estão implicados até a medula no sujo negócio do tráfico de cocaína. Ao exaustivo trabalho de investigação realizado por Rosana Bond2, hoje se somam mais nomes, dados e fatos que demonstram palmariamente as conexões entre o tráfico de drogas e a elite política peruana.