
Ana Lúcia denuncia agressão de militares ao seu filho de 16 anos
Enquanto o monopólio dos meios de comunicação dizem às massas que a militarização das favelas do Rio de Janeiro resolveu os problemas da cidade, a realidade dos moradores desses bairros pobres torna-se cada vez mais dura. No tradicional Morro da Mangueira, a Unidade de Polícia Pacificadora foi inaugurada há cinco meses e, nesse curto período, muita coisa mudou nas vidas de seus habitantes. A começar pelas liberdades de circular, se manifestar e se divertir. Os abusos cometidos por policiais, segundo a presidente da associação de moradores, Ana Lúcia Almeida, também são frenquentes. Até mesmo o filho de 16 anos da líder comunitária foi baleado por um policial.
No dia 13 de março, um morador do Morro da Mangueira foi baleado por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora. O jovem Jonathan Almeida, de 16 anos, conversava com amigos na parte baixa do morro quando foi perseguido e baleado por um PM. Muito assustado, ele não quis conversar com nossa reportagem, mas sua mãe, a presidente da associação de moradores da Mangueira, Ana Lúcia Almeida, contou como tudo aconteceu.
— Foi por volta de umas 15h. Eu estava com pressão baixa e fui para a UPA [Unidade de Pronto Atendimento] e, antes mesmo de ser atendida, recebi um telefonema dizendo que meu filho tinha sido baleado. Ele costuma ficar na localidade Olaria com os amigos dele. Ele já tinha rixa com um policial, porque não é de apanhar calado. Esse policial disse que, se pegasse ele, ia esculachar, bater nele. As pessoas que estavam lá disseram que o policial veio andando na direção dele. Ele tentou correr e o policial fez o disparo.