O descalabro se repete. Não é surpreendente, mas é infame. Entra ano, sai ano, nenhuma medida eficaz é tomada por parte dos gerenciamentos municipais, estadual e federal no sentido de minimizar a mazela da dengue entre a população do Brasil. Agora mesmo, em meados 2012, já findo o verão, o número de casos da doença e a epidemia assola várias cidades em várias partes do país.
No Rio de Janeiro, o secretário municipal de Saúde da capital, Hans Dohmann, foi obrigado a admitir no final de abril que a cidade vive uma epidemia de dengue, uma vez que, em março, foram registrados mais de 300 casos da doença para cada grupo de 100 mil habitantes. Já são 19 os mortos no estado em função da doença em 2012. Quem sofre mais, como sempre, é a população pobre. Os bairros da capital com maior incidência de dengue são Bangu, Madureira e Campo Grande, bem distantes da zona Sul. Até meados de maio já eram mais 90 mil casos suspeitos em todo o estado.
Em Alagoas, o número de casos de dengue registrados até o início de maio (mais de 8.500) já superava em 60% o número de casos registrados no mesmo período do ano passado. São 28 os municípios alagoanos onde a epidemia já se configurou.
No Mato Grosso do Sul, o exército foi chamado para ajudar a conter a epidemia na cidade de Corumbá, onde só neste ano já são mais de 1.500 notificações de casos suspeitos da doença. O bairro de Guatós registrou um índice de 22% de infestação predial do Aedes aegypti, o que é considerado crítico, pois o índice "permitido" pelo Ministério da Saúde é de apenas 1%.