Capitalismo burocrático e educação no Brasil
Dizíamos na edição passada de AND que do interesse dos monopólios transnacionais na oferta de produtos-da-terra e do latifúndio como ofertante destes, resulta o acordo para a manutenção da concentração fundiária e da utilização das terras não para matar a fome do povo, mas para a produção de bens que interessam à manutenção do capitalismo em escala mundial.
Ocorre que a manutenção deste sistema requer a produção e reprodução de um tipo de força de trabalho e a construção do consenso. Aí entra em cena a formatação de uma instrução pública, nos seus aspectos estruturais/logísticos/de infraestrutura e pedagógicos, que dê conta desta manutenção.
No primeiro aspecto, formação de força de trabalho, deve-se sempre lembrar que a necessidade do poder instituído é o da sua exploração para a produção de produtos primários ou semimanufaturados. Além disso, no imperialismo, as amplas cadeias produtivas já estão dominadas em escala global. Isto quer dizer que, do ponto de vista técnico/econômico, não interessa a formação de mão-de-obra mais qualificada em termos de conhecimento, porque ou o produto tem pouco conteúdo tecnológico por trás de sua fabricação, ou mesmo porque os centros de produção da tecno/ciência são outros que não o Brasil.
Assim, se conforma em países de capitalismo burocrático, dominados pelos interesses imperialistas, uma educação que conforma a força de trabalho para tarefas simples, aquelas que requerem pouco domínio da ciência que fundamenta os processos produtivos.