Um dos intérpretes brasileiros que ousa trabalhar um repertório requintado, com harmonias, orquestrações e arranjos refinados, em um tempo de músicas descartáveis, Gonzaga Leal se preocupa em resgatar obras de grandes compositores brasileiros, principalmente as menos conhecidas. Com discos temáticos que incluem maxixe, boi do maranhão, samba-canção, marchinhas de carnaval, moda de viola, choro, maracatu, música erudita e outros, Gonzaga se declara mais um entre muitos resistentes em favor da cultura brasileira.
— Faço parte de um grupo de artistas interessados na manutenção desse patrimônio cultural brasileiro. Somos pessoas que não estamos interessados em fazer concessões, e sim em continuar a ser artistas, fazendo um trabalho em que apareça a verdade de cada um. Somos os resistentes que estão na contramão da mídia, na contramão do mercado — afirma Gonzaga.
— Nasci em Serra Talhada, no interior de Pernambuco, em uma família muito musical. Meus pais cantavam no coral da igreja da cidade, e para isso minha mãe fazia preparação vocal com a cantora Rosa Pau-Ferro. Ainda bem menino, convivi com o maestro Moacir Santos, sempre tocando informalmente na casa dos meus avós. Assim, por volta dos treze anos comecei a estudar teoria musical com o maestro Edésio e também fazer preparação vocal com a Rosa Pau-Ferro — conta.