
Raimundo depõe na CPI do tráfico de pessoas
No dia 21 de agosto, o operário Raimundo Braga de Souza denunciou a prisão e as torturas sofridas por ele e por outros operários na obra da usina hidrelétrica de Jirau, Rondônia, em audiência pública da CPI sobre o tráfico de pessoas no Brasil, realizada Câmara dos Deputados, em Brasília.
Segundo o deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA), presidente da CPI, "muitos trabalhadores foram levados para as obras de Rondônia por empresas terceirizadas ou ‘gatos’, que são aquelas pessoas conhecidas por agir de má-fé, conduzindo centenas e até milhares de trabalhadores para situações em que passam a ser vítimas de exploração. No caso dos canteiros de obras das usinas hidroelétricas de Jirau e Santo Antônio, essa situação se tornou a regra".
Raimundo Braga de Souza declarou ter sido espancado dentro da obra da usina hidrelétrica de Jirau por conta da suposta participação em uma greve realizada em março/abril desse ano. Sem provas de sua participação no crime, Raimundo foi absolvido pela justiça. "Eles [os policiais] queriam que eu confessasse algo que não fiz e que apontasse quem teria feito aquilo", disse referindo-se ao incêndio. Durante a audiência na Câmara, diversos deputados manifestaram apoio ao operário, que até hoje não conseguiu reaver seus documentos, provavelmente queimados no incêndio.
O secretário de Segurança, Defesa e Cidadania de Rondônia, Marcelo Nascimento Bessa, esteve presente na audiência e não foi capaz de responder acerca do paradeiro dos 13 operários tidos como "desaparecidos" durante a greve.