No clássico samba Chão de Estrelas, de Orestes Barbosa, o verso fala em "palhaço de perdidas ilusões". No tango Mano a Mano, de Carlos Gardel, este diz à que o deixa por um ricaço: "tenés el mate lleno (a cabeça cheia) de infelices ilusiones" .
2 Ainda mais infelizes são as ilusões em que o sistema de poder concentrador enreda o nosso povo, depois de montar bombas-relógio que têm causado enormes estragos antes mesmo de detonarem.
3 Entre outras, a dívida interna federal, que atingiu, no final de 2011, R$ 2.536.065.586.017,68 (mais de dois trilhões e meio de reais), e a dívida externa, US$ 402.385.102.828,23 (mais de quatrocentos bilhões de dólares). Esta, em parte privada, acaba virando toda pública em situações como a de 1982.
4 A soma passa de três trilhões e seiscentos bilhões de reais e corresponde a 83% do PIB: o valor da produção interna de bens e serviços nos doze meses do ano.
5 Cerca de 30% dos títulos da dívida interna figuram como "em poder do Banco Central", mas este os repassa aos bancos nas "Operações de Mercado Aberto". Aplicadores do exterior vendem dólares para comprar desses títulos.
6 O Banco Central fica com parte dos títulos para cobrir, com o rendimento, o prejuízo de R$ 100 bilhões anuais (2011), diferença entre os juros pagos pelos títulos do Tesouro e os juros auferidos com as reservas brasileiras no exterior.
7 E a tragédia da dívida pública não está só no tamanho dela e no gasto que causa: R$ 708 bilhões de juros e amortizações em 2011.