"Puro marketing", "enganação", "decepcionante". Assim várias entidades nacionais e estrangeiras definiram o discurso da gerência Rousseff em Genebra, dia 20 de setembro, que garantiu estar tratando e solucionando a maioria dos casos de violência (cometidas por autoridades e classes dominantes) contra os povos indígenas brasileiros.
A afirmativa do governo PT-FMI, representado pela embaixadora Maria Nazareth Azevêdo, foi feita na reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, na cidade suíça, em resposta a sete críticas internacionais contra a postura do Brasil frente às nações indígenas.
Entre as críticas (chamadas de "recomendações") estavam a omissão da gerência petista em assegurar vários direitos dos índios, particularmente os vinculados à posse de terras tradicionais e outros territórios, proteção de recursos naturais e consultas às tribos em diversos casos, incluindo aqueles de projetos que os afetem.
Outra "recomendação" se referia à parada que a gerência Rousseff promoveu nos processos de demarcação de terras indígenas. Citou-se especialmente o estancamento dos trabalhos de legalização das áreas dos guaranis-kaiowás, no Mato Grosso do Sul. Como AND vem publicando, a situação no MS é gravíssima, com fazendeiros/latifundiários atacando as aldeias guaranis e ameaçando até uma operação de extermínio.
No entanto, no discurso, a representante da gerência Roussef sequer ruborizou-se ao afirmar que a maioria das "recomendações" já é atendida.