O Comitê de Apoio ao jornal A Nova Democracia esteve presente no 1º Seminário do Núcleo de Estudos e Pesquisas Regionais e Agrários (Nepra), cujo tema é A luta pela terra em Minas Gerais: algumas contribuições, realizado no último dia 19/09, no campus Darcy Ribeiro da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), em Montes Claros. Dezenas de pessoas, entre estudantes de Geografia, pesquisadores, ativistas e apoiadores da luta pela terra e por territórios de camponeses, quilombolas e indígenas, assistiram a apresentação dos trabalhos desenvolvidos pelo Nepra, que completa um ano de suas atividades junto à comunidade acadêmica da Unimontes.
Os professores Gustavo Henrique Cepolini Ferreira e Anderson Willians Bertholi apresentaram um resumo dos trabalhos do Núcleo, dentre os quais se destacam pesquisas sobre a migração sazonal dos trabalhadores do Vale do Jequitinhonha para o trabalho servil na colheita de cana, o lançamento do Atlas de Conflitos Agrários na Amazônia no campus da Unimontes de Pirapora e a audaciosa e importante proposta de realizar um levantamento dos “conflitos agrários” no Norte de Minas Gerais nos últimos 17 anos. Durante o evento foram lançados os livros Serra da Canastra território em disputa: uma análise sobre a regularização fundiária do Parque e a expropriação camponesa (Entremares, 2018) e Geografia Agrária em debate: das lutas históricas às práticas agroecológicas (Paco Editorial, 2017).
Um importante debate contando com a presença de representantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) do Norte de Minas e Sul da Bahia; Comissão Pastoral da Terra (CPT) e da Frente Nacional de Lutas (FNL) trouxe elementos concretos sobre a aguerrida luta pela terra e por territórios empreendidas pelos camponeses, quilombolas e indígenas na região.
Em suas exposições os dirigentes dos movimentos populares denunciaram a Operação “Paz no Campo”, orquestrada pelos latifundiários organizados pela Sociedade Rural para criminalizar a luta pela terra e por territórios e a criminosa atuação das mineradoras e reflorestadoras de eucalipto na região, com os seus esquemas de grilagens de terras públicas e destruição do meio natural. Demonstrando, por meio da apresentação de suas experiências concretas, como a democratização do acesso à terra através da luta dos pobres do campo apoiados pelas classes populares da cidade é imprescindível para tirar o país da grave crise econômica, política, social, moral e militar que assola a nação.
No encerramento do Seminário, após denuncia realizada pela representante da LCP, os participantes do evento se solidarizaram, por meio de uma fotografia, à campanha internacional exigindo o reaparecimento do advogado popular mexicano Dr. Sernas.