Uma patrulha policial do estado de Virgínia foi flagrada, em julho do ano passado, afirmando que a polícia ianque mata somente pessoas negras. O caso, que ocorreu no condado de Cobb, expõe a verdadeira razão por trás das numerosas assassinatos de negros por policiais no USA: uma guerra da burguesia monopolista ianque contra o proletariado.
Na ocasião, uma mulher branca foi abordada pela polícia e, por estar dirigindo embriagada, teve seu carro apreendido.
Durante o procedimento de detenção, o policial ordenou à mulher que pegasse o celular para ligar a um parente, a que a mulher afirmou que tem “medo de abaixar as mãos”, pois já viu “muitos vídeos da polícia”, referindo aos constantes flagrantes de assassinatos policiais em abordagens.
O policial então instantaneamente afirmou: “Mas você não é negra. Lembre-se: só matamos negros”. “Sim, só matamos os negros, certo? Nos vídeos que você viu haviam brancos sendo mortos?”, enfatizou.
O policial, identificado como Greg Abbott, confirmou, por meio de seu advogado, que irá adiantar sua aposentaria, dadas as circunstâncias. Nada indica que ele será responsabilizado pela criminosa declaração.
O vídeo que gravou a afirmação vazou em meio a uma escalada da guerra contra o proletariado no USA promovida pela polícia ianque, e da ascensão de grupos neonazistas e fascistas alimentados pelas políticas de Estado.
Os dados são escandalosos. No ano passado, apenas no primeiro semestre (de janeiro a julho), foram mais de 100 pessoas negras assassinadas pela polícia no USA.
Isto é fruto da política de maior reacionarização do Estado imperialista ianque, que avança na militarização e na violência contra as massas empobrecidas. Os negros, árabes e hispânicos conformam os setores mais fundos do proletariado e do povo, e por isso são os principais alvos da guerra reacionária movida pelas forças policiais.
licença para matar
A isto, soma-se a impunidade aos crimes policiais contra o proletariado estadunidense.
Um exemplo ocorreu com o policial que assassinou o motorista negro Philando Castile no ano passado e que foi absolvido pela “justiça” ianque, em 16/07 deste ano. Castile, 32 anos, foi assassinado pela polícia dentro de seu carro estacionado, na presença de sua companheira e de sua filha de 4 anos, no dia 6 de julho de 2016.
A “justiça” considerou que a alegação do policial assassino o inocenta do crime. Ele alegou que Castile “parecia suspeito” de envolvimento em um roubo e que este teria se movido durante a abordagem. Castile não estava armado.
A decisão causou indignação na família. “Estou furiosa. Sim, estou furiosa”, desabafou a mãe de Castile, Valerie. “O sistema segue falhando com os negros e seguirá assim”, concluiu.
Familiares e amigos de Castile após a decisão da “justiça” ianque. Esgotam-se pouco a pouco as ilusões das massas que lutam nas entranhas do imperialismo ianque.