Moradores de Seine-Saint-Denis protestam contra violência policial e carregam faixa escrita “Nossos bairros não são estandes de tiro".
No dia 11 de maio, na França, ocorreram diversos atos assim que a quarentena foi flexibilizada. Em Seine-Saint-Denis, quase 300 manifestantes protestaram contra a violência policial exercida durante a quarentena. Já em Paris, o movimento espontâneo os “coletes amarelos” protestou em frente ao Ministério da Saúde.
Em Seine-Saint-Denis, no 11/05, de dia até a noite, mais de 250 pessoas se reuniram em torno da prefeitura de L'Ile-Saint-Denis para protestar contra a violência policial utilizada na quarentena, sob a palavra de ordem: O ódio dos bairros populares se justifica!
Ao longo do protesto, a polícia montou uma barricada para impedir que os manifestantes avançassem, e um segundo contingente de agentes de repressão chegaram para cercar a manifestação. Os manifestantes continuaram com suas palavras de ordem mesmo com a tentativa de intimidação. Uma faixa carregada por um morador dizia: Nossos bairros não são estandes de tiro.
A manifestação aconteceu após um homem, que havia sido submetido a comentários racistas por policiais que o prenderam em L'Ile-Saint-Denis (Seine-Saint-Denis) no final de abril, apresentar queixa por violência policial no 9 de maio.
Samir, 28 anos, trabalhador egípcio da construção civil atualmente desempregado, apresentou queixa por "violência deliberada resultando em incapacidade temporária de trabalho, com o uso ou ameaça com arma, por pessoas em cargos de autoridade pública" e de natureza racista.
‘Coletes amarelos’ estão de volta
Já em Paris, cerca de 20 ativistas se reuniram em frente ao Ministério da Saúde para protestar contra a crise econômica agudizada pelo novo coronavírus, assim como a forma violenta que o Estado imperialista da França impôs a quarentena.
Rennes foi a primeira cidade da França a retomar as manifestações, quando cerca de 30 pessoas se manifestaram no 11/05, na Place de la République. A polícia e os guardas estavam em grande número para evitar qualquer tipo de protesto.
Por volta das 11h da manhã, os manifestantes cantavam palavras de ordem, como on est là (“estamos aqui”). Um comissário, equipado com um megafone, lembrou-lhes que todas “as reuniões são proibidas e que os infratores podem ser multados”, sendo respondido com apitos e gritos. A polícia, em maiores números, dispersaram os manifestantes e houve confrontos.