Ato dos Trabalhadores dos Correios, em Belo Horizonte. Foto: Apoiadores
Trabalhadores dos Correios estão realizando protestos e passeatas em vários estados do país. Em São Paulo, no dia 19 de agosto, funcionários do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares (Sintect) se reuniram em frente ao estádio do Pacaembu, na praça Charles Miller, na zona oeste da capital paulista. A manifestação começou às 9h40 e houve uma carreata, durante a qual funcionários que aderiram à greve foram a diversas agências mobilizar os funcionários a se unir à luta.
Em outro ponto da capital paulista, também no dia 19 de agosto, por volta das 13h30, trabalhadores protestaram na rua Mergenthaler, no bairro da Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo.
Em Curitiba, no dia 21 de agosto, os trabalhadores se concentraram em frente às agências da avenida João Negrão, no bairro Rebouças e, segundo o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no Paraná (Sitcom), a adesão no estado é de 70%.
Em Belo Horizonte, no dia 18 de agosto, um dia depois da aprovação de greve nacional, funcionários do Sintect fizeram ato. O movimento começou na praça da Estação e seguiu até a agência da empresa na avenida Afonso Pena, próximo à prefeitura. Mais de 1,6 mil trabalhadores participaram da manifestação.
"É um ato muito forte. A greve é o único instrumento de luta dos trabalhadores em relação aos ataques da direção da empresa, que brinca com a saúde dos funcionários. Muitos já perderam suas vidas por Covid-19 por ter contraído essa enfermidade no setor de trabalho. Em vez de discutir medidas sérias de prevenção, profilaxia, a empresa vem com proposta de exclusão de acordo de trabalho", afirma Higor Mendes, diretor do Sintect-MG.
A greve se estendeu por todo o Brasil e em diversos outros estados, como: Amapá, Bahia, Espírito Santo, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande Do Sul, e em Brasília também houve protestos.
Em Brasília, trabalhadores dos Correios também realizaram protestos. Foto: Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Trabalhadores do Correios resistem firmes na greve em luta por seus direitos
Desde o dia 17 de agosto, a greve dos trabalhadores dos Correios já atingiu quase todo o território nacional. A paralisação da categoria teve adesão em 36 bases sindicais em todo o Brasil. A greve foi motivada pelos ataques propostos pela direção golpista da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), representante do governo de Jair Bolsonaro.
Desde que a greve deu início, de acordo com a Fentect, cresceu a mobilização em torno da mesma. Cerca de 70% dos trabalhadores aderiram, o que dá um total de 70 mil. A maior parte deles é dos setores operacionais e de atendimento. A federação calcula que há mais de 35 mil funcionários em greve no corredor comercial, cujo setor retém a maior receita da empresa, abrangendo estados como SP, MG, PR, RJ e RS. Juntos, esses estados agregam mais de 50 mil funcionários. Ao longo da semana, os sindicatos continuarão com diversos atos, manifestações e assembleias para avaliação da greve.
Empresa OCULTA informações E OMITE SOBRE COVID-19
Segundo a federação, a empresa segue em uma política sem transparência negando acesso às informações de óbitos e infectados. “Em ofício encaminhado à Federação, a empresa frisa que são informações revestidas de ‘sigilo estratégico’. E vai além ao afirmar que a ECT estaria ‘respondendo administrava, civil e penalmente pelos danos causados à empresa pública’”, diz a nota.
Desde quando a pandemia teve início, “a negligência por parte dos dirigentes da empresa que colocam os trabalhadores para executar o trabalho sem condições mínimas de prevenção ao contágio, o número de infectados e óbitos na categoria cresce exponencialmente”, denuncia a Fentect.
A federação considera entre 70 e 100 óbitos de trabalhadores na ativa de todo o país, vítimas da Covid-19, e outros milhares de infectados que estão na linha de frente prestando serviço à população.
Enquanto as massas são assoladas pelo terror do desemprego que a empresa usa como moeda de troca para intimidar seus funcionários, o general aposentado Floriano Peixoto, que conta além da sua aposentadoria com um robusto salário de mais de R$ 47 mil, fica em casa em isolamento social e não pega transporte público, um dos principais pontos de contágio. Já os trabalhadores com salário médio de menos de R$ 2 mil estão adoecendo e perdendo suas vidas ao passo que lutam para continuar prestando, apesar das adversidade e redução contínua de efetivo, um serviço público essencial à população.