Segundo informações enviadas por camponeses à redação de AND, na última semana, mais de 300 famílias retomaram a área do Acampamento Tiago dos Santos, localizada em Nova-Mutum Paraná, no estado de Rondônia, local que há poucos dias foi alvo uma tentativa de massacre e um violento despejo combinado com torturas, desaparecimentos e prisões de trabalhadores que ali viviam.
Além destas famílias, de acordo com os relatos, muitas outras estão chegando e a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) reorganizará o acampamento.
O fato ocorre após uma campanha reacionária promovida pelo latifúndio em conluio com o velho Estado, de criminalização e perseguição contra os camponeses acampados e contra a LCP, que concluiu em um covarde despejo ocorreu pela manhã do dia 10/10.
Na ocasião, os camponeses denunciaram que os militares tomaram dinheiro, bens e documentos, destruíram barracos, roças e criações. Relataram também agressões físicas e morais, havendo pessoas desaparecidas. Obrigaram as pessoas a desocuparem o acampamento apenas com uma sacola de pertences e iniciaram a destruição dos barracos das famílias.
Durante o despejo, as massas erguiam com vigor as bandeiras da LCP e proclamavam palavras de ordem contra o latifúndio. Segundo a nota emitida pela LCP, em 15/10, vários camponeses do Acampamento Tiago dos Santos foram executados em meio da mata ou desapareceram; outros vários apoiadores foram detidos e presos. Porém, o massacre que pretendiam os reacionários sanguinários, à semelhança de Corumbiara, foi barrado pelas famílias, pela solidariedade em todo o mundo pelas massas populares que se mobilizaram.