Foto: Estadão conteúdo/Itaci Batista
O Itaú teve um lucro liquido recorrente de R$ 13,148 bilhões nos primeiros nove meses de 2020, com redução de 37,6% em relação ao mesmo período de 2019 e com alta de 19,6% no trimestre (o lucro no 3º trimestre foi de R$ 5,030 bilhões). Mesmo com toda arrecadação o Banco Itaú continua demitindo funcionários. Ao final do 3º trimestre de 2020 a empresa contava com 84.272 empregados no país, 71 postos a menos do que no trimestre encerrado em junho. Outro ponto que merece importância é o fechamento de agências, durante a pandemia, colocando um número grande de pessoas na rua.
Em análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e com base em relatórios entregues pelo banco, o retorno de investimentos do Itaú ficou em 14% com queda de 9,5 pontos percentuais (no Brasil ficou em 14,4% com queda de 10,3 pontos percentuais). O retorno sobre o patrimônio líquido médio foi de 15,7% no terceiro trimestre, de 13,5% no segundo trimestre e 23,5% no terceiro trimestre do ano passado, lembrando que a média do retorno, dos 50 maiores bancos do mundo, não passa de 10%, sem pandemia.
Para Ramon Peres, funcionário do Itaú e presidente do sindicato da categoria, mesmo o ano de 2020 tendo sido atípico devido à Covid-19, os bancos não tiveram do que reclamar e continuam tendo lucro de bilhões. “É o caso do Itaú em que o lucro superou os R$ 13 bilhões nos nove primeiros meses do ano e chegou aos R$ 5 bilhões no terceiro trimestre, portanto, não há motivos para reclamações e nem demissões”, ressaltou Ramon ao site SB.
A receita obtida pelo banco com prestações de serviços e com tarifas bancarias teve um total de R$ 29,1 bilhões e as despesas com funcionários, por sua vez, somaram R$ 17,9 bilhões. Isso mostra que o que arrecada com estas fontes secundárias e que representam um valor mínimo frente ao arrecadado com outras transações, o banco conseguiu cobrir toda as despesas com funcionários no período e ainda teve sobra de 63% do valor arrecadado. Mais do que qualquer outro fator, a retaguarda que os reacionários, Guedes e Bolsonaro deram para os bancos, nenhum outro setor, nem de longe, recebeu. Logo de saída, em março, o Banco Central liberou R$ 1,3 trilhões para os bancos fazerem o que bem entendessem com esses recursos.
Estes são resultados para ninguém botar defeito e contrastam com a situação econômica da grande maioria de trabalhadores, dos pequenos e médios proprietários.