Camponeses resistem a pelo menos três despejos emitidos por juiz reacionário. Foto: MST
No dia 10 de novembro, o juiz Thiago Boghi assinou sentença de expulsão das famílias camponesas do Acampamento Leonir Orback, localizado em Santa Helena, estado de Goiás. A decisão proferida pelo juiz apresentava o prazo de 48 horas para a retirada das famílias. O mesmo juiz já havia proferido diversas ordens de despejo contra os camponeses.
Em 08 de junho, o reacionário juiz autorizou uma mega operação contra os camponeses acampados. Nela estavam presentes o Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) e o Grupo de Operações Especias (GOE) da polícia goiana, tropas de elite, munidos de armas e drones. A operação tinha o pretexto de realizar uma busca e apreensão de uma adolescente de 15 anos, que não voltou para casa após o Dia das Mães. No entanto, os próprios policiais revelaram, em meio de ameaças aos camponeses, que a invasão era fruto de um processo de despejo.
Outras tentativas de despejo foram barradas no ano de 2016 e 2019.
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Em 2017, o latifúndio promoveu um atentado contra as famílias acampadas. Segundo denúncias pistoleiros contratados pela Usina Santa Helena deram tiros de pistola na direção de famílias.
Na tentativa de criminalizar a luta pela terra Thiago Boghi já mandou prender quatro camponeses no ano de 2018. Na sentença classificou o movimento como organização criminosa.
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Histórico do Acampamento
O Acampamento Leonir Orback teve origem quando cerca de 200 famílias em setembro de 2015 promoveu a retomada de um latifúndio de aproximadamente 20 mil hectares da falida usina Santa Helena, que é devedora de mais de 1 bilhão de impostos e dívidas trabalhistas.
Tempos depois mais de 4 mil famílias estavam acampadas no local. Segundo o movimento, os camponeses reivindicam 5 mil hectares.
Campanha promovida pelo Núcleo de Assessoria Jurídica Popular Pedro Nascimento (NAJUP - PN), Faculdade de Direito UFG contra despejos. Foto: NAJUP