Reproduzimos a nota do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos (Cebraspo) sobre o cinedebate realizado durante a vigília em defesa da Aldeia Maracanã, no Rio de Janeiro.
Compartilhamos com nossos apoiadores importante relato sobre cinedebate realizada durante vigília em defesa da Aldeia Maracanã, na cidade do Rio de Janeiro.
A vigília ocorre em razão do julgamento pelo Tribunal Federal da 2ª Região, marcado para 1° de dezembro em sessão virtual, para julgar a ação judicial sobre a posse da Aldeia Maracanã.
A Campanha Pela Liberdade de Andre Lemos esteve presente durante a vigília, e em conjunto com a Aldeia Maracanã, exibiu filme que tratava da desocupação ilegal da Aldeia Maracanã, mostrando as ilegalidades e os abusos cometidos pelas forças de repressão, inclusive a truculência em que foi tratado Andre Lemos.
O Cebraspo reitera apoio a campanha pela Liberdade de Andre Lemos! Aldeia Maracanã resiste!
Foto: Reprodução
No último dia 30 de novembro, a Campanha pela Liberdade de André Lemos realizou em conjunto com a Aldeia Maracanã uma atividade de exibição do documentário “Urutau – Resistência Marakanã”, de realização coletiva. O filme retrata a ocasião em que a Aldeia foi ilegalmente despejada em dezembro de 2013 e em que diversos ativistas que lá estavam foram agredidos, inclusive uma mulher grávida, e em que o indígena Urutau Guajajara permaneceu 26 horas trepado em uma árvore em protesto, impedido pela PM e pelos bombeiros de receber água e alimentos. Nessa mesma ocasião, André Lemos, dramaturgo e professor que ministrava aulas em projetos da Aldeia, foi agredido e preso, tendo sido posteriormente condenado pelos crimes de resistência, desacato e desobediência. O racismo do caso é flagrante, pois diversas pessoas realizavam um protesto pacífico que consistia em permanecerem sentadas em um perímetro que pertencia ao território indígena, mas o único algemado, preso e processado foi André, único negro do grupo.
O filme foi muito aplaudido pelas mais de 40 pessoas presentes no local e após sua exibição houve um debate, em que um representante da Aldeia falou sobre a atual situação em que novamente sofrem risco de despejo, já que no dia 1º de dezembro seria julgado pelo Tribunal Federal da 2ª Região, em sessão virtual, a ação judicial sobre a posse da Aldeia Maracanã. Por esse motivo a Aldeia estava realizando, junto a vários apoiadores, uma vigília nos dias 28 de novembro a 1º de dezembro. Uma representante da Campanha pela Liberdade de André Lemos também fez uma fala, explicando a injusta condenação do ativista e chamando as pessoas a apoiarem a campanha, com muitas pessoas presentes se propondo a ajudar. Durante o debate pós-filme chegou a notícia de que o julgamento marcado para o dia 1º sobre a posse do território indígena tinha sido suspenso sem data para acontecer, o que foi comemorado por todos os presentes.
Após a exibição do filme houve batida de maracá em volta da fogueira e posteriormente um show da cantora Kaê Guajajara, com participação de Kandú Puri. Muitas pessoas permaneceram em vigília no local.
Aldeia Maracanã resiste!
Liberdade para André Lemos!
Lutar não é crime!
Abaixo o judiciário racista!
Contra o encarceramento do povo negro e pobre!