Famílias protestam pelo direito à moradia em Duque de Caxias. Foto: Banco de Dados AND
Moradores da Favela do Lixão, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense foram pegos de surpresa ao receber da prefeitura, em 14 de janeiro, um aviso anunciando despejo.
São cerca de cinquenta e oito famílias que foram morar na região por não terem mais para onde ir. Eles contam que os funcionários da prefeitura vão às casas ordenando que todos saíssem para fazer uma redução de impactos das enchentes na região.
"Não dá nem mais para dormir direito. Não sabemos a que horas eles chegarão e nos obrigarão a sair à força", disse a residente do local, Rosimere Gomes, para o portal de notícias G1.
Muitos procuraram a Favela do Lixão por não terem condições de morar em um imóvel alugado. A prefeitura ofereceu três meses de aluguel social, mas eles acreditam que a promessa não será cumprida.
"Queremos que a prefeitura dê condições para que os moradores tenham alguma moradia. Estamos em uma pandemia — é um absurdo que queiram tirar a casa das pessoas quando a orientação é ficar em casa", afirmou o ativista do Movimenta Caxias, movimento que presta auxílio aos moradores, Wesley Teixeira.
Prefeitura ordena demolição de casas e moradores protestam
Em setembro do ano passado, funcionários da prefeitura e policiais militares entraram com uma escavadeira por um dos acessos da Favela do Lixão, na Avenida Governador Leonel de Moura Brizola, para demolir casas. Também nessa ocasião, nenhum aviso foi dado com antecedência.
“Chegaram de surpresa dizendo que quem ainda não estava morando tinha que sair na hora. Quem já estava morando tinha o prazo de 48 horas. Mas não nos apresentaram papel nenhum. Só depois, preencheram à mão uma intimação. A gente é pobre, mas não é burro. Se estamos errados por construir de forma irregular, eles estão errados de não avisar”, contou a moradora Ana, que vivia no local há três meses em uma casa que vinha construindo há mais de um ano.
Os funcionários da prefeitura demoliram duas casas até serem impedidos pelos próprios moradores de seguir com a derrubada, que protestaram e não permitiram que a escavadeira prosseguisse.