Cerca de uma dúzia de médicos que protestavam em frente ao Ministério do Trabalho do Peru iniciaram uma greve de fome no dia 19 de janeiro exigindo mais investimentos no setor da saúde e em rechaço a forma com que foi gerenciada a pandemia da Covid-19 no país. A greve de fome ocorre em meio à segunda onda de infecções do vírus, de acordo com uma declaração do Sindicato Nacional Médico da Previdência Social do Peru (Sinammsop) divulgada no dia 20/01.
A greve de fome se soma a inúmeros protestos em diferentes partes do país desde a semana anterior ao fato, onde médicos e outros trabalhadores da saúde exigiam mais equipamentos médicos, ajuste salarial e um aumento no orçamento para o setor da saúde, segundo a Federação Médica Peruana.
"Nossas UTIs estão desmoronando e não estamos recebendo nenhuma resposta e estamos vendo a indiferença de um governo que nos aloca o orçamento. Precisamos urgentemente adquirir este equipamento para evitar que mais peruanos morram. O Estado peruano tem a obrigação constitucional de garantir a acessibilidade dos serviços de saúde e neste momento eles estão negando o acesso aos hospitais porque não temos mais a capacidade de fornecer aos pacientes o que eles tanto precisam", disse a enfermeira peruana Ketty Solier ao monopólio de mídia Reuters no dia 19/01.
O Peru enfrenta agora uma segunda onda de casos de Covid-19, e, de acordo com a ministra da Saúde, que afirma que o país se encontra onde estava em meados de abril, mas que os números de infecções continuam subindo. O Peru registrou até então pelo menos 1.073.214 casos da Covid-19, incluindo 39.044 mortes, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins.
Médicos peruanos protestam contra más condições de trabalho durante a pandemia da Covid19 em 2020. Foto: AFP.