Protesto se desenvolveu após a arbitrária prisão de dez trabalhadores em feira. Foto: Banco de Dados AND
Feirantes fizeram uma combativa manifestação na manhã do dia 26 de maio, com o levantamento de barricadas com pneus e pedaços de madeiras na Av. Gen. Osório de Paiva, uma importante via que liga Fortaleza, capital do Ceará, com o município de Maracanaú.
O protesto aconteceu por conta da prisão de dez trabalhadores quando estes trabalhavam em uma feira-livre, no dia 25 de maio. As feiras livres estão proibidas na capital cearense por conta da Covid-19.
Segundo o monopólio de imprensa, os pequenos comerciantes, que vendem frutas, legumes e verduras para sobreviverem, não atenderam a ordem da PM para desmontarem as suas barracas, o que teria motivado as prisões.
A ação arbitrária da PM do Ceará gerou um grande sentimento de revolta nos outros trabalhadores, que repudiaram a perseguição aos seus colegas e realizaram um protesto combativo. O fato aconteceu no bairro Barroso, em Fortaleza.
O diretor da Associação dos Feirantes de Fortaleza, João Evangelista de Souza, denunciou toda a situação: "um pai de família que se acorda de madrugada, ou seja, de uma forma angustiante, sem poder dormir, para ir à Ceasa comprar seus materiais, trazer para vender e a hora que estão trabalhando se depara com uma situação dessas. A gente precisa que o comitê do governador possa rever essa situação".
Durante o protesto, os trabalhadores revoltados fizeram barricadas com pneus e bloquearam trecho de avenida. Foto: Reprodução
PERSEGUIÇÃO AOS PEQUENOS COMERCIANTES
Os pequenos comerciantes reclamam que o governo do Ceará continua proibindo as feiras-livres, enquanto já liberou que grandes redes de supermercados voltassem a funcionar normalmente. Os trabalhadores argumentam também que o velho Estado tem interesse somente em favorecer os grandes empresários. Prova disso são os transportes públicos sempre lotados mesmo durante a pandemia.
Outro ponto levantado pelos feirantes é que com o alto índice de inflação e desemprego, as massas buscam adquirir alimentos com preços mais acessíveis, produtos esses que encontram nas feiras. As feiras-livres são também muito populares em toda a capital cearense e em municípios da região metropolitana. Fato este, que gerou ainda mais revolta e sentimento de solidariedade na população cearense.