Na manhã de 6 de agosto, grupos de pistoleiros invadiram o acampamento camponês Maria Bonita localizado no município de Palmeirante, Tocantins (TO). No ataque, os pistoleiros dispararam contra os moradores e assassinaram a tiros o camponês morador da região e apoiador da luta pela terra, identificado como Getúlio Coutinho dos Santos, de 54 anos.
Durante o ataque, os criminosos arrancaram os trabalhadores de suas próprias residências, espancaram e balearam diversos acampados, entre eles o cunhado da vítima. Alguns camponeses ainda estão desaparecidos.
Getúlio morava junto à sua família, próximo ao acampamento onde atualmente vivem cerca de 100 famílias, entre elas parentes da vítima. Ele era um grande apoiador da luta, realizando até reuniões em sua residência.
Recentemente, junto à comunidade, o camponês reconstruiu a ponte que dava acesso a sua residência e ao acampamento. Em um ato criminoso, a ponte foi derrubada por pistoleiros a serviço do latifúndio, de acordo com denúncias.
De acordo com o portal local AF notícias, circulam áudios em um aplicativo, relatando o desespero dos moradores durante o ataque dos pistoleiros. “Pessoal tá gritando lá e pedindo para chamar a polícia com urgência. Já mataram o Getúlio e estão tocando fogo em tudo”.
Getúlio Coutinho, apoiador da luta camponesa assassinado por pistoleiros. Foto: Reprodução
O acampamento que existe há mais de cinco anos, faz parte da Gleba Anajá, área que pertence à União. O Incra parou recentemente o processo de vistoria que antecede a destinação oficial das terras públicas para a dita “reforma agrária”. Em meio a isso, a comunidade segue sob ameaça de despejo após o latifundiário Júlio César Eduardo Filho, que se reivindica dono da fazenda Navarro, ganhar uma liminar na 2ª Vara Cível de Colinas do Tocantins, em detrimento dos camponeses.