Batalhão da PM servia era usado para armazenar drogas, armas e granadas ilícitas. Foto: Alex Ferraz
No dia 10 de agosto, durante uma operação da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo (PMESP), agentes encontraram dez quilos de diversas drogas, armas, granadas e outros equipamentos utilizados para a venda de entorpecentes, dentro de um armário no 2° Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) de Santos, no litoral do estado de São Paulo. No mesmo edifício também funciona a Sede do 6º Comando do Policiamento do Interior (CPI-6).
A operação aconteceu após uma denúncia anônima. As substâncias e objetos estavam dentro de um armário sem identificação, localizado no corredor de acesso ao alojamento que é utilizado por subtenentes, sargentos, cabos e soldados. As drogas foram encontradas por meio de cães farejadores.
Ao total foram apreendidos 814 pinos de cocaína, 307 invólucros de maconha, 50 potes em acrílico e um saco a granel, 34 invólucros plásticos com cocaína, 14 sacos a granel e 1.202 pedras de crack. No total 10,252 quilogramas de drogas.
No mesmo armário também foram encontrados dois simulacros de pistola, uma espingarda, quatro cartuchos, três granadas, um martelo de borracha, uma luneta, dois telefones celulares, duas balanças de precisão e quatro bases para carregador de rádio.
Até o momento ninguém foi preso ou responsabilizado pelas substâncias e pelos objetos ilícitos.
Governadores de SP aumentam nível de repressão das massas
Em 2019, o 2° Baep foi apontado como o batalhão mais mortal da PM paulista, segundo um levantamento da Ouvidoria das polícias. Ele segue o padrão das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), tropa de especial da PM paulista que é conhecida pelas suas execuções extrajudiciais.
Os Baeps foram criados em 2014 durante o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) para a operações de policiamento ostensivo, de “preservação da ordem pública” e contra “distúrbios civis e de antiterrorismo”.
Esta medida foi adotada pelo governador reacionário para enfrentar a crescente revolta das massas, insufladas pelos levantes de junho e julho de 2013. Prova disso é que os batalhões especiais atuaram fazendo a repressão em manifestações e despejos.
O atual governador de São Paulo, o reacionário João Doria, também do PSDB, expandiu os Baep para cidades do interior do estado. Em 2019, primeiro ano de seu governo, ele aumentou de 5 para 9 o número de batalhões especiais. Com isso, essas “tropas especiais'' passaram a atuar em 382 cidades paulistas.