Trabalhadores protestam durante reunião entre sindicato e empresa sobre a demissão de centenas de trabalhadores.Contêineres são incendiados. Foto: César Sánchez.
Operários da empresa imperialista dinamarquesa LM Wind Power, de energia eólica, têm travado duras lutas contra a demissão de 370 empregados. Desde o final do mês de julho, na cidade de Ponferrada, os trabalhadores realizaram piquetes impedindo o escoamento da produção, manifestações combativas durante as reuniões da empresa com o sindicato. Mais recentemente, uma greve foi organizada entre os dias 9 a 13 de agosto.
Rebelião contra demissões
No dia 11/08, os trabalhadores do parque eólico realizaram um protesto massivo durante uma reunião entre o sindicato que representa os trabalhadores e a empresa multinacional, cuja propriedade pertence à General Electric. A ação política dos operários veio após uma diminuição de apenas 20 demissões ser atingida através dos “acordos”, sendo que 370 ainda seriam demitidos.
No local onde aconteceu a reunião, pedras, paus e barras foram atiradas contra os escritórios, provocando uma suspensão das negociações que aconteciam naquele mesmo momento. Contêineres também foram incendiados.
Os altos funcionários da empresa tiveram que chamar por agentes policiais antimotim, enquanto os protestos aumentavam cada vez mais, com mais contêineres incendiados e fechamentos de avenidas.
O sindicato relata que defendeu uma proposta com mais de 20 pontos de negociação, mas “a empresa se limita a negar ou não avaliá-los”. Além disso, "nem sequer oferecem qualquer garantia documental da viabilidade da fábrica no futuro; nem existe nem querem compromisso futuro".
Já no dia 31/07, milhares de trabalhadores e cidadãos da região de El Bierzo, região onde se localiza Ponferrada, se manifestaram nas ruas da cidade contra a demissão dos quase 400 trabalhadores, sendo que a sua força de trabalho total é de 1.100 trabalhadores. Na região, já foram diversas as minas e indústrias que fecharam, criando desemprego e afetando a economia local.
Os manifestantes carregaram cartazes, entoaram palavras de ordem contra a empresa e soltaram rojões.
Antes disso, no dia 26/07, os operários realizaram piquetes para impedir o escoamento da produção de hélices eólicas, enquanto havia um navio em Cantábria à espera dessas hélices.
O bloqueio de entrega é o segundo na história da LM Wind Power. A primeira foi realizada em 2011, quando a direção da empresa anunciou o fechamento, o que foi revertido após intensa mobilização dos trabalhadores e cidadãos, além de intervenção do governo.